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É PRECISO FALAR DE GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL NAS ESCOLAS – Pelo Prof. MAURÍCIO SANTANA

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As questões de gênero e diversidade sexual na sala de aula tratam-se, sobretudo, de refletir acerca das diferentes identidades presentes no espaço escolar. Apesar de toda a contemporaneidade do tema e sua iminência na sociedade, a polêmica e a intolerância permanecem e as dificuldades em aprofundá-lo na escola é real.
Se entra em cena na escola, a necessidade de falar em nome de uma identidade homossexual, se pressupõe que a homossexualidade é alguma coisa, uma relação fixa e idêntica entre diferentes pessoas do mesmo sexo. Desse modo, o termo identidade se refere à sedimentação de significados, de atributos físicos e culturais, de papéis sexuais, naturalizados a ponto de definir um ser imutável e essencial, nomeável pelos outros. De fato, pessoas do mesmo sexo desenvolvem infinitas maneiras de combinar ato sexual e afeto. Histórica e culturalmente, essas combinações são modificadas e ressignificadas esvaziando assim uma ideia de identidade.
O que representa, então, identidade dentro do ensino das escolas? Uma dramática história de reflexões sobre a questão igualitária entre homens e mulheres? Em que medida identidade é um ideal normativo ao invés de um descritivo aspecto da experiência? E como práticas regulares que governam o sexo também governam noções de identidade culturalmente inteligíveis? Em outras palavras, a “’coerência’, a ‘continuidade’ da ‘pessoa’ não são aspectos lógicos e analíticos da personalidade, mas, ao contrário, normas de inteligibilidade socialmente instituídas e mantidas” (BUTLER,1990, p.16).
É fundamental enfatizar que é papel da escola ensinar a pensar e provocar discussões reflexivas sobre as questões contemporâneas. Nesse contexto, cabe dizer que é função da escola trabalhar as questões de gênero, raça, identidade e indicar a existência da diversidade sexual, de forma que não seja excludente. O currículo deveria ser alinhado e pautado na inclusão, mas, infelizmente, a realidade é bem diferente dos textos que norteiam a educação básica de nosso país. Comumente nos deparamos com discursos ou práticas que excluem ou separam, seja como uma avaliação, seja na forma de vestir, no comportamento ou qualquer outra forma de preconceito.

(Maurício Santana, Licenciado em História, Professor da rede Estadual e Privada de Ensino, Pós Graduado em História do Brasil, Gestão Educacional e Mestre em Educação)
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