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A corrupção está somente na política? Será que quando ela envolve o patrimônio público, ou seja, o interesse de toda a sociedade, a gravidade é maior? O corrupto sempre é o outro? Será que acabaremos com as práticas corruptas? Cada vez mais os noticiários nos mostram recursos públicos furtados ou desviados através das licitações falsas, subornos, e outras práticas. Entender que a corrupção na política é um prolongamento das práticas ilícitas do dia a dia faz sentido quando avaliamos algumas atitudes humanas.
Entre os muitos significados podemos traduzir a corrupção como “o ato de corromper alguém ou algo, com a finalidade de obter vantagens em relação aos outros por meios considerados ilegais ou ilícitos” (AURÉLIO). O Brasil é considerado corrupto porque tem a corrupção intrínseca quando se trata de ações que todos acabam fazendo, como comprar um cd pirata, burlar a fila de pagamento, “pescar” nas provas, adulterar combustível entre outras situações do chamado jeitinho brasileiro.
A corrupção não é aceita moralmente nem legalmente, mas é praticada em maior ou menor grau por boa parte da população, por isso, é inegável que a classe política venha de uma sociedade que pratica trapaças diárias. Diante de tudo isso, o bom é que hoje boa parte da população brasileira, em especial a juventude, passou a debater mais a corrupção e a participar da discussão política. Não é ruim que ela tenha se tornado um problema público, percebido por todos e todas. O que acontece na política é apenas o reflexo do que acontece diariamente na sociedade. Ou seja, antes de apontar os políticos observemos nossas ações diárias!
(ZENILDO SANTOS SILVA, Bacharel em Psicologia, Psicopedagogo e Mestrando pela UFSB em Ensino e Relações Étnicos Raciais)
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