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GANDU RUMO AO CENTENÁRIO – Pelo Dr. DURVAL LIBÂNIO NETTO MELLO

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Quando nosso amigo comunicador Antonio Carlos Farias Nunes nos ofereceu um espaço em seu blog para falar sobre os 62 anos de emancipação política de nosso município, pensei num primeiro momento em falar de nossa história e cultura e da importância de entendermos como tudo se deu até o presente momento. Porém dada a proximidade do pleito eleitoral e da necessidade de pensarmos uma visão de futuro que integre os nossos recursos naturais, infra-estrutura, localização geográfica e o mais importante o povo trabalhador e honesto dessa cidade amada, achei mais oportuno falarmos sobre o que nos espera.
Gandu tem hoje uma economia pautada na agricultura, comércio e setor de serviços (saúde, automotivo, logístico, etc) e algumas poucas indústrias e agroindústrias. Sua agricultura e a do território Baixo Sul, é marcada por um diferencial em termos de organização cooperativa e tecnológica em relação aos territórios limítrofes, seu comércio possui uma grande ramificação e diversas opções para seus munícipes e visitantes, bem como seu setor de serviços. Ao analisar a história de Gandu até aqui podemos dizer que apesar da chamada “crise do cacau” principal cultura econômica do município, o mesmo continuou apresentando um dinamismo econômico, social e cultural a frente de outras cidades e se consolidou como um pólo micro-regional com um poder de influência sobre as diversas cidades em seu entorno.
Acumulou ao longo de sua história experiências de aprendizagem coletivas importantes e está ao meu ver pronta para dar um salto em seu crescimento e desenvolvimento por vários aspectos.
Um primeiro ponto seria justamente sua capacidade de desenvolver a chamada economia da aprendizagem (learning economy), a partir dos conhecimentos acumulados e da capacidade de cooperação entre pessoas, empresas e instituições, sendo Gandu um exemplo disso na área comercial e agrícola (Cooperativas, CDL, SICOOB, SENAR, etc).
Outro ponto importantíssimo está relacionada a sua localização geográfica e potencial logístico, por estar às margens da BR-101, em um dos trechos onde a mesma mais se aproxima da BR-116 (de Gandu a Jequié são 103 km, enquanto Vitória da Conquista – Itabuna, por exemplo, são 239 km), somado ao fato de estar no centro do Baixo Sul e equidistante entre dois grandes equipamentos de logística em fase de implantação, a ponte Salvador – Itaparica e o Porto Sul. Fazendo com que Gandu se integre ao interior da Bahia e ao Litoral (Ituberá) em um ponto extremamente estratégico do ponto de vista rodoviário e portanto logístico.
Neste contexto, a consolidação de Gandu como pólo comercial e logístico, somado a nossa incipiente mas promissora atividade industrial e agroindustrial, pode ser extremamente potencializada pela chegada de insumos básicos a preços competitivos e pela perspectiva de um menor custo de transporte para grandes centros (o chamado “frete de retorno”, entre outras perspectivas de logística inversa), tudo isso acompanhado da geração de emprego e renda.
Na área agrícola, além da modernização e intensificação tecnológica na cacauicultura, abrindo espaço para outras culturas pela menor necessidade de terras e deslocamento de pessoas para outras atividades.
Ampliando a fruticultura, pecuária leiteira e outras atividades já existentes e com um grande potencial, por questões de solo e clima, e que se aproveitaria da logística implantada, para um pólo de movelaria sustentável, que num primeiro momento poderia funcionar com a exploração de espécies exóticas (jaqueira, seringueira, cajazeira, erytrina) e de madeira nativa morta ou caída, e que depois pelo fomento florestal (estímulo ao plantio de árvores), uma série de espécies nativas de rápido e médio crescimento (claraiba, vinhático, cedro, etc) e exóticas (eucalipto, mogno africano, teca, dentre outras) em plantios mistos e consorciados ao próprio cacau e a pastagens.
Podemos ainda afirmar que no bojo da logística e da ampliação da capacidade agrícola e industrial e/ou agroindustrial o setor comercial e de serviços iria ser potencializado cada vez mais e também passaria por um grande crescimento.
Diante destas considerações podemos afirmar que temos muito a comemorar nesses 62 anos de emancipação e muito a fazer também para que nosso município cresça, se desenvolva e consiga proporcionar oportunidades aos seus jovens e qualidade de vida para toda a população. Esperamos muito que o debate político em função da proximidade do pleito eleitoral que se apresenta se debruce e se paute pela apresentação de propostas e projetos e aquele que tiver um melhor projeto e demonstrar mais preparo em termos individuais e coletivos vença as eleições.

(DURVAL LIBÂNIO NETTO MELLO, é Assessor Especial da Secretaria de Meio Ambiente do Estado da Bahia. Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Mestrado em produção Vegetal com ênfase em Manejo de Solos Tropicais (UESC) e atualmente é Doutorando em Produção Vegetal (UESC). Atua em projetos de pesquisa participativa e extensão inovadora, relacionados ao agroecossistema Cacau Cabruca e a Mata Atlântica nas áreas de manejo de solos tropicais, desenho e manejo de agroecossistemas, gestão de territórios rurais e planejamento estratégico. É também professor do IFBA, licenciado)
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