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MORO PRESENTEIA LULA

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O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro entrou de vez na disputa eleitoral ao anunciar sua filiação ao Podemos e, em consequência, deu um presente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e uma dor de cabeça para os demais candidatos ao Palácio do Planalto. É esta a análise que se pode fazer sobre os primeiros movimentos no eleitorado com sua pré-candidatura. Claro que a dinâmica da disputa pode fazer com que o cenário se altere lá na frente mas, hoje, Moro concorrendo tira votos de Bolsonaro, congestiona a terceira via e facilita o discurso do ex-presidente da República.
Não é mera análise baseada no perfil de cada um dos concorrentes, mas resultado estatístico, que foi medido em setembro pelo instituto DataTempo. Sem Moro na disputa, Bolsonaro ficaria com 38,7% de seus votos e, Lula, com 26,8%. Daí se percebe que, com ele disputando, quem mais sai machucado é o atual presidente. E por razão bastante simples: os dois disputam o eleitorado antipetista, que é bastante grande, considerando o grau de rejeição de Lula, mas que, dividido, tem menor poder de decidir quem vai para o segundo turno. Uma polarização Moro x Lula, em razão do tamanho da disputa que os dois travam há anos no noticiário, tem potencial para mexer um pouco no tabuleiro da polarização entre o ex-presidente e o atual chefe do Palácio do Planalto. Não é por acaso que a base bolsonarista articulou um ataque em massa ao ex-ministro na última quarta-feira (3).

Do ponto de vista da terceira via, também parece claro que, com Moro concorrendo, os espaços para outros candidatos ficam um pouco mais estreitos. A mesma pesquisa DataTempo de setembro indicou que, juntos, Ciro Gomes (PDT) e o ex-juiz arrebanham metade dos votos hoje dos concorrentes que se colocam contra Lula e Bolsonaro. É claro que esse é o patamar inicial de uma corrida na qual o PSDB ainda nem definiu seu candidato e que Rodrigo Pacheco (PSD) nem tinha começado ainda sua caminhada. Mas certamente fica mais difícil crescer com dois candidatos já colocados em um patamar mais acima, como é o caso de Ciro e Moro. Além do mais, com o União Brasil (fusão do DEM com o PSL) se aproximando de Moro, uma quantia considerável do fundo eleitoral fica mais distante dos demais concorrentes.
Do outro lado dessa disputa, o ex-presidente Lula tem ao menos um motivo para se sentir presenteado. É sabido que as principais críticas que o petista vai receber são relacionadas ao histórico de malfeitos e acusações de corrupção que pesam contra ele e outros integrantes do partido. Lula, em sua defesa, sempre alegou que foi vítima de uma armação política. Com Sergio Moro na disputa, esse discurso fica mais fácil. Correto ou não, verdadeiro ou não, é certo que Lula terá mais sustentação ao impor a tese de que Moro o condenou apenas para prejudicá-lo e abrir espaço para seus próprios interesses eleitorais. Dessa decisão de Moro, por enquanto, Lula não pode reclamar. (Fonte: O Tempo)

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