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15 DE NOVEMBRO DE 1889 – O ADEUS DA FAMÍLIA ORLÉANS E BRAGANÇA

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A Augusta Família Imperial do Brazil.

Apesar de ter seu fim decretado no dia 15 de novembro de 1889, a monarquia brasileira já vinha sofrendo abalos desde o início da segunda metade do século XIX. A impopularidade do império por conta do crescente desinteresse de Pedro II pelos assuntos de Estado fez com que a imprensa, livre desde 1850, passasse a atacar cada vez mais o imperador e, sobretudo, os gastos excessivos da Coroa.
A pressão aumentou com o fim da Guerra do Paraguai, em 1870. Foi criado o Partido Republicano, formado em sua maioria por profissionais liberais e fazendeiros. Eles criticavam a concentração de poder de d. Pedro II, pleiteavam mais autonomia das províncias e propunham reformas implementadas por meio de uma República Federativa.
Paralelamente à evolução do pensamento republicano, mas nem sempre aliado a ele, cresciam os movimentos abolicionistas. Em 1871 foi aprovada a Lei do Ventre Livre, que libertava escravizados que nascessem após a sua promulgação; em 1880 foi fundada a Sociedade Brasileira contra a Escravidão e, no ano seguinte, a Confederação Abolicionista. Em 1884, a escravidão foi extinta no Ceará e no Amazonas e, em 1885, foi promulgada a Lei do Sexagenário, que declarava livres os escravizados com mais de 60 anos.
O Exército também passou a exercer forte oposição ao governo. Simpáticos ao regime republicano, os militares lutavam contra a proibição de se manifestarem sobre assuntos políticos na imprensa desde o fim da Guerra do Paraguai. Em 1886, ao se negar punir oficiais considerados desobedientes, Marechal Deodoro da Fonseca, um dos heróis da guerra, foi demitido do cargo.

Em meio à crise política, Pedro II parecia não se importar em refazer sua imagem, pelo contrário. Foi nessa época que ele mais realizou viagens internacionais. Durante os anos 1871, 1876 e 1887 passou praticamente o tempo todo fora do país.
Um sentimento crescente de desvalorização do Exército, a pressão da elite cafeeira e a abolição da escravidão em 1888 afastou de vez a classe conservadora do imperador, inviabilizando a continuidade do governo.
Em junho de 1889, d. Pedro II nomeou o Visconde de Ouro Preto para o gabinete ministerial. Sua missão seria atender as demandas dos republicanos e realizar reformas, na tentativa de dar sobrevida ao governo. Mas já era tarde.
Em 9 de novembro, a família imperial realizou sua última grande – e dispendiosa – festa na corte. O baile era uma homenagem à presença do navio chileno Almirante Cochrane no Rio de Janeiro. O evento também celebrava as bodas de prata da princesa Isabel e do conde d’Eu. “Foi planejada para demonstrar a vitalidade do Império”, contam Keila Grinberg e Mariana Muaze em O 15 de Novembro e a Queda da Monarquia, livro que acaba de ser lançado pela Editora Chão. “Relatam os contemporâneos que o próprio monarca [d. Pedro II] teria chegado a satirizar sua fragilidade política; ao perder o equilíbrio na chegada ao baile, comentara: ‘O monarca escorregou, mas a Monarquia não caiu!’ Seria por pouco tempo.”
No dia 15 do mesmo mês, Marechal Deodoro invadiu o Gabinete ministerial do Império e depôs o Visconde de Ouro Preto. De lá, rumou para o quartel e concretizou simbolicamente a tomada de poder. Sem resistência das tropas nem a participação do povo, a República foi instaurada como nova forma de governo do Brasil.

Hoje, 130 anos depois, o tema ainda provoca discussões acaloradas: enquanto alguns historiadores ressaltam a importância da República no Brasil, mesmo com todos seus problemas, outros estudiosos, e principalmente grupos monarquistas, contestam sua legitimidade e consideram que a proclamação foi um golpe. (Fonte: www.brasilianaiconografica.art.br)
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