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Nosso Natal foi acometido pelas fortes chuvas, a alegria das ceias e almoços foi substituída pela tristeza e angústia de ver bens materiais e até mesmo imóveis serem destruídos pelas águas. Quem não vivenciou o processo sofreu em presenciar parentes e amigos desesperados pela situação. Choramos, sofremos e certamente crescemos muito com todo o contexto, porque em meio a tanto caos, uma linda comoção nos fez acreditar que a solidariedade ainda existe.
Assim que os primeiros desabrigados chegaram às escolas, visualizamos nas redes sociais campanhas para arrecadação de alimentos, agasalhos, água e outros utensílios. Ver as pessoas se mobilizando e ajudando aos desabrigados foi uma verdadeira mensagem natalina, o amor tão pregado nas escrituras bíblicas se tornou carne e habitou entre nós. Não é essa a essência do cristianismo, “amai o próximo como a ti mesmo”?
Em conversa com várias pessoas que perderam seus bens ouvimos muito expressões como: “foi lindo ver como sou amado”, “as pessoas mandam mensagem perguntando como estamos”, “todos querem ajudar”; frases de cuidado e solidariedade passaram ser profanadas em todos os espaços. Foi um Natal de tristeza, foi um momento muito delicado, foi uma grande catástrofe, mas a beleza solidária presente nas várias ações organizadas por vários grupos e instituições fez com que aumentássemos nossa fé na esperança de um mundo melhor.
ZENILDO SANTOS SILVA,
Bacharel em Psicologia, Psicopedagogo e Mestrando pela UFSB em Ensino e Relações Étnicos Raciais.
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