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O PODER DO ARREPENDIMENTO – Pelo Prof. ISRAEL LEAL

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“Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres” (Apocalipse 2.4-5)
Na carta escrita: “Ao anjo da igreja em Éfeso”, ou seja, ao pastor daquela igreja – porque é isso que “anjo da igreja” significa –, Jesus tece alguns elogios ao pastor, cujo passado o fez por merecer (a grandeza dos trabalhos realizados, sua perseverança e a forte resistência contra falsos apóstolos que tentaram se infiltrar na igreja), mas também faz uma grave observação sobre algo que deveria ser corrigido imediatamente: ele havia abandonado o seu primeiro amor. O que isso significava para ser tão grave assim?

Significava que, esse pastor tinha perdido o amor-apaixonado por Jesus Cristo, o amor que não mede esforços nem sacrifícios, que coloca o Senhor como único e tudo em sua vida, que ama a Deus acima de todas as coisas e ama ao próximo como a si mesmo. Parece que a “paixão” que o motivava tinha se esfriado e, como consequência, se esvaíra também o avivamento espiritual que o impulsionava. O pastor havia desanimado do efetivo relacionamento com o Senhor Jesus, em detrimento de aspectos importantes e essenciais da vida de fé (oração, palavra, testemunho), para se devotar a um ativismo singular que colocava a mais valia na performance, no fazer, e não no caráter, no ser.
Tanto isso é verdade, que Jesus chega a considerar o seu comportamento como uma queda (“Lembra-te, pois, de onde caíste”), demandando que houvesse arrependimento, mudança de postura e um retorno às atitudes apaixonadas do começo desse relacionamento, que chamou de “primeiras obras”, as obras perfeitas de um amor verdadeiro e sacrificial.
Em outras palavras, esse pastor começou bem, mas não soube como terminar. Guardada as devidas proporções, eu também já vivi exatamente isso, e fui forçado a revisitar o meu passado, levando-me o Senhor a enxergar os erros da minha caminhada, para então poder dar-me a chance de, junto com Ele, fazer a coisa certa e assim, reinventar o meu futuro ao seu lado.
Mas uma coisa importante eu aprendi: as bases, os alicerces de que precisamos para edificar o nosso futuro, são as verdades que deixamos para trás; são os princípios que abandonamos; e aquele amor apaixonado que revestia e impulsionava nossas ações, do qual nos despimos”.
Convém que nos perguntemos: Onde foi mesmo que começamos a abandonar tais virtudes?
Quer saber? Se nós revisitarmos o nosso passado, certamente as encontraremos no mesmo lugar onde as deixamos. No mesmo quarto onde nos trancávamos para ficar a sós com o Pai, sem se importar com o tempo. Na mesma Bíblia que líamos e sentíamos prazer nos ensinamentos do Mestre, e nos emocionávamos com cada lição. No mesmo serviço abnegado com que servíamos aos irmãos com singeleza de coração, sem esperar nenhuma paga ou elogio. Na mesma comunhão com os irmãos do início da caminhada, os quais deixamos para trás, porque nos tornamos muito ocupados em “fazer a obra”, quando a melhor obra é com pessoas, não com coisas. Está tudo lá no nosso passado, nas nossas incontornáveis experiências que nos fizeram ser quem somos hoje.

Aquele pastor da igreja de Éfeso tinha um passado glorioso para revisitar, poderia se utilizar de todo o saudosismo possível, até mesmo se sentindo parte de uma história que teve uma certa importância, mas passou. Poderia ser refém de suas próprias lamentações. Todavia, ele sabe que Jesus o está desafiando, não a se tornar parte de uma galeria de heróis que a própria história deixou para trás, mas, principalmente, ser protagonista de uma nova história que está “pronta” para ser escrita com o mesmo amor apaixonado do início.
Bem, neste ponto, todos nós devemos admitir: é preciso humildade para encontrar-se face a face com nossos erros; é preciso humildade para responder ao convencimento do Senhor sobre o que necessita ser mudado; é preciso humildade para se arrepender; é preciso humildade para se converter e recomeçar.
Por isso é que Jesus disse que o reino de Deus pertence aos humildes de espírito (Mt 5.3). Porque, quando temos a humildade de ouvir a voz grave do Senhor e encontrar onde erramos; quando isso nos leva ao arrependimento e nos faz voltar ao caminho de um novo recomeço.
Não nos equivoquemos nem nos deixemos enganar. O caminho de um novo recomeço tem de ser construído nas mesmas bases das virtudes que outrora olvidamos, nos mesmos alicerces do amor-apaixonado no qual nos movíamos; nos mesmos fundamentos da obediência ao Senhor que nos amou e resumiu tudo a um único mandamento: “amai-vos como eu vos amei”. Porque é no amor onde tudo começa bem e onde tudo deve terminar melhor ainda. II Corintios 5:17 –“Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.
*O artigo não reflete necessariamente a opinião do blog (contrariamente aos editoriais, que são a posição oficial)

ISRAEL LEAL,
Mestre em Teologia/ Professor da Rede Pública/ Licenciado em História/ Pós-graduando em História da Cultura Afrodescendente no Brasil/ Bacharel em Direito/ Pós-graduado em Compliance/ Apresentador do Podquest do Professor.

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