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O QUE É O “LUGAR DE FALA?” – Pelo Prof. MAURÍCIO SANTANA

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O termo “lugar de fala” frequentemente tem aparecido em rodas de conversas, debates acadêmicos, entre militantes de movimentos feministas, negros ou LGBT e na internet em grupos de discussão. O conceito traz a tona que a representação dos grupos subalternos da sociedade, que sempre sofreram preconceitos não precisa de mediação: a pessoa fala por si, como protagonista da própria luta e movimento.
É um mecanismo que tem o seu surgimento como contraponto o silenciamento da voz de minorias sociais por grupos privilegiados em espaços de debate público. Ele é utilizado por grupos que historicamente têm menos espaço para falar. Assim, mulheres tem o lugar de fala- ou seja, a legitimidade- para falar sobre o feminismo, transexuais sobre a transfobia, os gordos sobre gordofobia, os negros sobre o racismo, e assim por diante.
Na prática, o conceito pode auxiliar pessoas a compreenderem como o que falamos e como falamos marca as relações de poder e reproduz, ainda que sem intenção, o racismo, machismo, lgbtfobia e preconceitos de classe e religiosos.
Uma crítica à adesão total do “lugar de fala” num debate público é que ele pode restringir a troca de ideias. Exemplo: um homem ser impedido de falar sobre o feminismo, posição defendida por algumas correntes do movimento feminista, o que pode acarretar em um debate muitas vezes superficial e incompleto com alguns equívocos em sua aplicação.
Nos últimos anos a militância do “lugar de fala” tornou-se, crescente, no entanto ressalto que mesmo quem não tem vivências de discriminações raciais, sexuais, sociais, dentre outras; podem alargar discussões sobre quaisquer grupos subalternos evidenciando suas mazelas, características e formas de combate e inclusão desses grupos na sociedade.

(Maurício Santana, Licenciado em História, Professor da rede Estadual e Privada de Ensino, Pós Graduado em História do Brasil, Gestão Educacional e Mestre em Educação)
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