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Desde a última semana, após inúmeros decretos estaduais pelo Brasil oficializando e regulamentando as medidas de prevenção para o enfrentamento ao coronavírus passei a refletir sobre a vida, o presente e o futuro.
Presenciamos no mundo centenas de milhares de casos com um número enorme de seres humanos que já perderam a vida por causa do coronavírus. Além de ser uma questão de saúde pública, o coronavírus traz dimensões sociais grandes: a problemática vivida por asiáticos por causa da xenofobia; da discriminação social contra pobres e moradores das zonas periféricas, dependentes do trabalho informal e do transporte público, vulneráveis à contaminação e carentes da assistência pública; da estupidez daqueles que se sentem imunes frente às demandas coletivas por solidariedade, e corroboram: “Se eu vier a me contaminar, isso é responsabilidade minha. Quem tem algo a ver com isso?”.
É fato que não estamos vivendo uma obra sobrenatural de Satanás ou castigo de Deus como alguns religiosos querem fazer crer, mas uma ação maligna (por que não satânica?) dos seres humanos que promovem domínio em vez de cuidado, exploração em vez de preservação do planeta e seus recursos naturais. Por isso, este precisa ser um tempo de oportunidade, de redenção e esperança diante de todo o caos já instalado pela pandemia.
É a oportunidade de se pensar um mundo ecológico e justo organizado em torno do cuidado, não centrado nos humanos, mas na busca da harmonia de todos os seres que habitam o mesmo Planeta Terra. Oportunidade de se retomar a dimensão da coletividade e do cuidado de uns com os outros, superando-se o individualismo e o egoísmo de uma sociedade centrada na competição e no lucro. Se partirmos destes princípios básicos e simples de coexistência, dá para ter esperança de que sobreviveremos a mais esta adversidade para fazermos o mundo melhor possível.
(Maurício Santana, Licenciado em História, Professor da rede Estadual e Privada de Ensino, Pós Graduado em História do Brasil, Gestão Educacional e Mestre em Educação)
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