WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia

A MELHOR TERRA DO MUNDO PARA PLANTAR CACAU – PARTE IV

.

ESSA É A MISTURA DO BRASIL COM A ÍNDIA
Para os hindus, Ganesha é o deus com rosto de elefante e quatro braços, removedor de obstáculos negativos e protetor de todos os seres. Nas representações divinas, com a mão esquerda de baixo ele oferece um doce feito de leite e arroz tostado. O Modaka representa a plenitude de quem percorre um caminho de disciplina e autoconhecimento.

Disciplina e autoconhecimento são basicamente a descrição do que a família Viana Lima precisou ter para não encerrar sua saga com o cacau. Pela simbologia – e pela afinidade de Patrícia com o Yoga, a marca de chocolate emprestou o nome da cortesia de Ganesha.
A fazenda já tinha todas as certificações para fabricar o cacau. Só que Patrícia quis tomar um rumo diferente, inspirada na filosofia de produção familiar orgânica e alimento como promoção de saúde. A fazenda entrou para a cooperativa Cabruca, liderada por estrangeiros, que apoia produtores orgânicos e intermedeia exportações principalmente para a Europa.
Os chocolates Modaka vêm de amêndoas cultivadas sem o uso de defensivos, em plantações cabruca, aliadas da preservação do ecossistema da Mata Atlântica. “Isso é origem. Nosso chocolate é uma forma de contar nossa história, no que acreditamos. Acreditamos que é possível produzir de maneira sustentável e que o nosso chocolate é saúde”, diz Patrícia.
Além das barras de cacau 70% – puras ou temperadas com café, sal rosa, pimenta -, a marca comercializa nibs e amêndoas pecaminosamente caramelizadas. Invenção de dona Áurea.
TEM SAGA EM SAGARANA
O Salon du Chocolat é maior evento internacional de chocolate. Acontece em Paris anualmente e reúne grandes chocolatiers, indústrias e produtores de cacau. Em 2008, o baiano Henrique de Almeida circulava no evento querendo aprender e ter ideias. Fazia um ano que ele, um neto do cacau, havia comprado a própria fazenda, no sopé de um dos morros de Coaraci.
A aquisição da Sagarana foi um ato de amor e teimosia. Já fazia 20 anos que o Sul da Bahia tentava se reerguer dos estragos da vassoura-de-bruxa e Henrique testemunhou a devastação nas propriedades da família, em Uruçuca, onde surgiram os primeiros relatos da praga. Importou pouco. Ele quis a fazenda mesmo assim.
Pensando em como reinventar o negócio do cacau, ele visitou o Salon três vezes. Em 2008, ele aprendeu. Em 2009, levou dois quilos de amêndoas de cacau maranhão e as presenteou ao famoso chocolatier Stephanne Bonnat. Em 2010, chegou com uma barra de chocolate pronta, estampada com a marca Sagarana – chocolate de origem.
“O Bonnat passou na frente do stand e mostrei a ele o Sagarana. Ele provou e disse que tínhamos feito um bom chocolate. ‘Qual cacau usaram’, perguntou. Eu disse que era o mesmo cacau maranhão que havia dado para ele no ano anterior. Ele achava que o maranhão tinha sido extinto pela vassoura”, conta, orgulhoso. O francês encomendou 300kg do cacau naquele ano e com ele lançou uma barra single origin. Bonnat seguiu cliente. Em 2020 (antes da pandemia), comprou duas toneladas.

AMANHÃ A ÚLTIMA PARTE!
.

Comentários estão fechados.