O QUE FAZER QUANDO A MORTE LEVA AQUELES A QUEM AMAMOS?
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Não existe fórmula mágica para dizer exatamente como vamos passar por esse momento de maneira mais adaptativa, não há como prevê as reações se vamos chorar, desesperar, sentir raiva, remorso, culpa, etc. porque tudo depende da forma como ocorreu a situação.
Cada um vivencia o luto de acordo com sua personalidade, com suas percepções, resiliência, estratégias de enfrentamento, e de acordo com o significado que se atribui a pessoa que se foi, isso é individual, é único para cada pessoa.
Mas através de estudos sabe-se que existem algumas atitudes importantes a ponderar em relação ao luto:
Aceite o fato de que toda vida tem um fim. É parte da jornada de cada um, e isso vai chegar independente de idade, condição social, atributos físicos, ou qualquer outra característica.
Vivencie o processo de luto. Não existe essa conversa de dizer que você é forte e pode passar por cima dos seus sentimentos de tristeza, ou que tem o poder para reprimir a tristeza. Quando as pessoas escolhem não vivenciar o processo de luto, podem estar trazendo para si adoecimento como consequência das emoções reprimidas que tanto poderão se manifestar no corpo quanto na mente.
Busque estratégias para enfrentamento. É preciso buscar estratégias para enfrentar melhor esse momento, elaborar a perda é muito importante. Como isso é possível? Busque apoio (familiar, de amigos, de um profissional), não sofra sozinho, não se isole, muitos se apegam à fé, procure pensar nas coisas boas vividas com a pessoa que se foi.
Não foque no fato em si. Tente não se culpar ou viver em busca dos culpados para o fato. Normalmente, no momento da morte as pessoas sempre questionam e ficam presas a pensamentos sobre os porquês e os se’s : “por que o fulano?” , “e se eu tivesse feito diferente?”, “e se não tivesse deixado meu filho sair”, “e se eu tivesse feito diferente, talvez ainda pudesse estar com ele(a)”, “se não tivesse internado no hospital x”… Esses pensamentos nunca têm fim e quando ocupam a mente constantemente podem gerar uma angústia interminável, porque ao carregar uma culpa que não é sua a mente passa a processar uma série de pensamentos e como consequência podem desencadear algum transtorno mental (como depressão, ou algum tipo de transtorno de ansiedade). Lembre-se os se’s e os porquês são infinitos, é preciso combatê-los.
Traçando um paralelo entre o início e o fim da vida, podemos chegar a seguinte conclusão: assim como quando uma pessoa nasce nos adaptamos a esse novo ser que será somado e integrado a nossa existência, não sabemos o que esperar, como agir e assim vamos aprendendo a conta de mais um, com a morte também passamos por um novo processo de readaptação, quando ela chega precisamos aprender a subtrair e viver com esta conta de um menos.
E ao contrário do nascer que não temos a mínima noção do que virá o morrer nos traz oportunidades de refletirmos, melhorarmos, reinventarmos, e de trazer a memória as boas recordações, lições de tudo o que vivemos com aquela pessoa que partiu.
Saber aceitar e conviver com a morte também faz parte do processo de amadurecimento que mais cedo ou mais tarde cada um precisará enfrentar.
A morte causa uma dor irreparável, é como se fosse uma ferida profunda que se abre no peito e leva um tempo para cicatrizar, e este tempo varia de pessoa para pessoa, das estratégias de enfrentamento, da resiliência, do modo como encara o fato, etc., a certeza que se tem diante desse ferimento é que ele cicatriza, e essa cicatriz sempre vai trazer a lembrança que alguém especial esteve ali.
O processo de luto é inevitável, porque faz parte da vida, a saudade pela perda vai sempre existir, mas cada um precisa buscar se reorganizar e manter um bom ajustamento para se readaptar à nova situação e continuar a sua vida. (Fonte: Psicologia Viva)
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