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ENQUANTO ISSO, O DIA DA LUTA ANTIGORDOFOBIA… – Pelo Prof. MAURÍCIO SANTANA

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“A gordura do corpo de fulan@ é um exagero”. “Menin@, como ela está gigante”. “Fulan@ é lind@ de rosto.” Essas frases e outras inúmeras expressões agressivas tendem a mascarar o preconceito com relação às pessoas que estão acima do peso. Segundo dados do mapa da obesidade, organizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), no Brasil, essa doença crônica aumentou 72% nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019.
Todos nós sabemos que o dia 10 de setembro é oficialmente o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio. Mas você sabia que também no dia 10 de setembro ocorre o Dia da Luta Antigordofobia? Claro que não! Não presenciamos em nenhum município da nossa região divulgação acerca da temática, e o que isso significa? Que há um esquecimento por parte do poder público na promoção do debate.
No dia 10 de setembro, além da campanha contra o suicídio, é preciso que os poderes públicos promovam ações que reflitam sobre a necessidade da saúde mental e física da pessoa gorda, bem como ações de valorização do corpo gordo em diversos aspectos sociais. O dia 10 de setembro, como o Dia de Visibilidade à Luta Antigordofobia, é um momento de resistência para todos os corpos que são ameaçados pela gordofobia.
No setembro amarelo, o desafio em falar de gordofobia e saúde mental é imenso, já que pessoas gordas são, o tempo todo, ridicularizadas e excluídas da sociedade, têm afeto e saúde negados, o que desencadeia mais tristeza e, por conseguinte, quadros mais graves de depressão. É preciso destacar que, quando falamos em saúde, falamos em saúde mental também. Se no setembro amarelo, o suicídio ocupa um espaço privilegiado de discussão, por que para as pautas das pessoas gordas há esquecimento? É quase impossível alcançar a saúde quando se lida com a gordofobia no cotidiano, a gordofobia médica, a gordofobia psicanalítica. Pior fica o quadro quando existe privilégio magro atravessando direito da pessoa gorda à saúde mental.
Ainda é preciso enfatizar que, enquanto o setembro amarelo, com suas boas intenções de escuta e prevenção ao suicídio evidencia o esquecimento das pessoas gordas, inclusive a falta de acesso e inclusão na saúde mental, eu pergunto: Nesse setembro amarelo 2021, quais as políticas públicas acerca da saúde mental da pessoa gorda foram debatidas e/ou implementadas?

(MAURÍCIO SANTANA, Licenciado em História, Professor da rede Estadual e Privada de Ensino, Pós Graduado em História do Brasil, Gestão Educacional e Mestre em Educação)
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