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ALUNO PODERÁ CURSAR DISCIPLINAS EM FACULDADES DISTINTAS

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Os alunos do ensino superior poderão fazer disciplinas de um mesmo curso em instituições de ensino distintas. Essa possibilidade vale tanto para faculdades privadas quanto públicas, mas esse intercâmbio só poderá ser feito entre instituições com perfis acadêmicos semelhantes. O projeto, idealizado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), passou consulta pública até a semana passada e a resolução será encaminhada até março ao MEC, que também participou das discussões e deve homologar a medida.
Um exemplo: o estudante de um curso de Administração na PUC poderá fazer uma disciplina, do mesmo curso, numa outra universidade particular. O aluno continua pagando a mensalidade e se forma pela instituição pela qual se matriculou. Depois há um repasse entre as faculdades que participarem do projeto batizado de Redes de Cooperação no Ensino Superior Brasileiro. Essa dinâmica também vale para as universidades públicas.
As instituições de ensino poderão ainda oferecer pós-graduação stricto sensu em conjunto. Muitas delas, principalmente as particulares de pequeno porte, não têm recursos financeiros para manter um mestrado ou doutorado que demanda docentes em período integral, bibliotecas e laboratórios bem estruturados, entre outros requisitos.
“O projeto de cooperação em redes não tem por objetivo a redução de custos. Pode haver interação curricular, pesquisa, formação de professores e extensão em conjunto, mas a ideia principal é que as instituições aprimorem seus currículos, se qualifiquem trabalhando em rede. É uma apropriação de experiências” disse Luiz Roberto Curi, relator do projeto e vice-presidente do CNE.
Esse modelo é inspirado em redes americanas de instituições de ensino superior. A mais conhecida é a Five College Consortium, em Boston, criada em 1965. O grupo reúne as escolas: Amherst College, Hampshire College, Mount Holyoke College, Smith College e University of Massachusetts Amherst, que juntas têm 31 mil alunos e ofertam 7 mil cursos.

A Five College foi idealizada como uma parceria para transporte escolar aos estudantes dessas faculdades, mas ao decorrer dos anos elas começaram a compartilhar curso e outras iniciativas como banco de dados de empregos.
Aqui no Brasil, já há redes de faculdades privadas que trabalham em conjunto para troca de experiências e compras de materiais, mas não havia, até então, um intercâmbio de currículos de graduação, uma vez que essa possibilidade esbarrava em questões regulatórias. Não havia definição, por exemplo, por qual faculdade o aluno se forma quando cursa disciplinas em escolas distintas.
Desde 2016, o Semesp trabalha com redes de cooperação e, hoje tem 14 grupos que juntos possuem 90 instituições de ensino como Kroton, Ânima, Afya, Cruzeiro do Sul, ESPM, FAAP, Insper, Unip, Faesa, Mauá, entre outras. Cada um desses 14 grupos têm um perfil específico como, por exemplo, faculdades premium, sem fins lucrativos, do interior, por volume de matriculados, entre outros. “Durante a pandemia, essas parcerias foram muito importantes. As instituições trocaram informações sobre melhores metodologias de aulas a distância, exigência ou não de vacinação, indicadores de inadimplência e evasão”, disse Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, sindicato das instituições de ensino superior. O Semesp coordena ainda uma central de compras de materiais em conjunto como faz a Five College.
Como também acontece no consórcio americano, a ideia é que a rede brasileira também possa impulsionar a empregabilidade com banco de dados de empregos e outras iniciativas.
O vice-presidente do CNE destacou esperar que um dos ganhos da rede seja o intercâmbio, entre as faculdades, de novos modelos pedagógicos que priorizam uma relação mais próxima entre a academia e empresas ou outro empregador. A ideia é que essa proximidade com o empregador deixe o aluno mais atualizado durante o curso. (Fonte: https://valor.globo.com)

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