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DEPOIS DE 2024, O CARNAVAL DE SALVADOR NÃO SERÁ O MESMO

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O circuito Osmar Macedo, no Campo Grande, recebeu a Mel com carinho. A dupla cantou os hits lembrados por toda a classe artística da Bahia durante o Carnaval. A festa momesca deste ano foi emblemática, teve de tudo, mas nem vou entrar nessa praia. As câmeras, os olhares do mundo se voltaram para Salvador-BA, com todas as honras.
Trabalhei “feito camelo”, como diz Denis Rivera, uma das maiores jornalistas que São Paulo nos deu. Mas … valeu a pena. Não brinco Carnaval, mas gosto de ver, principalmente no circuito Osmar, onde passa a “fina flor “da cultura negra.
Blocos Afro e Afoxés, mais uma vez, contaram um pouco da nossa história e eu aprendendo um pouco mais dessa terra, que é minha também. O Carnaval é histórico, é recreativo, divertido, alegre, cultural, é também um ato político.
O circuito do seu Osmar levou uma multidão que viu tudo e deixou o cantor Robsom Moraes e a cantora Márcia Short em transe. “A volta do carnaval foi um dos momentos mais mágicos que vivi nos últimos anos”, diz a cantora.
Aquela multidão, aquela massa sonora toda emoção concentrada. Em todo o percurso foi muito gratificante. Encheu meu coração de alegria, uma conexão cósmica, espiritual.
Existe uma conjuntura que só funciona juntas e eu vi a força e o resultado do trabalho que eu e Robsom plantamos ali na Banda Mel durante um período em que estivemos juntos.
Fizemos um trabalho que ficou no coração das pessoas e que ao longo desses 30 anos permaneceu vivo. Minha gratidão a todo mundo que estava ali”, declarou.
Márcia defende a revitalização do circuito Osmar. Para ela, nesse Carnaval já tivemos avanços. “Fiquei muito contente com algumas ações. Vida longa à avenida e ao carnaval da Bahia”.
Destaco também a passagem da Baiana System como um dos grandes momentos do Carnaval no Campo Grande. Uma pipoca monstra e suingue daqueles. O navio pirata passou com maestria. Salve a Baiana!


Quem não foi ao Curuzu, na saída do Ilê, perdeu! O bloco nem conseguiu desfilar na Ladeira de tanta gente que foi celebrar meio século de bloco, e eu fico pensando e questionando a falta de patrocínio privado, mas esse jogo vai virar.
Não dá pra comentar tudo, mesmo até porque não consegui ver tudo. Parabéns aos blocos afro, afoxés e blocos de samba.
O Olodum levou uma multidão. O tema Wodaabe, o povo sorriso, despertou muita curiosidade dos associados. Esse também é o papel dos Blocos Afro e afoxés: educar, informar.
Olha o que o empreendedor e consultor Paulo Rogério Nunes, do Vale do Dendê comentou:
”Fiquei muito feliz com a homenagem do Olodum ao povo Fulani nesse carnaval de 2024. Assim como Olodum deu destaque às civilizações egipícias nos anos 80/90 e diversas outras durante esse tempo de existência. É muito bom ver uma homenagem a uma etnia pouco falada no Brasil, mas que é muito influente em todo o continente africano pela sua cultura e relações comerciais”.
E complementou: Eu, como muitos baianos, tenho buscado minhas origens e tenho chegado à conclusão que minhas raízes também descendem desse povo que aqui foi chamado de Malês.
É curioso como, segundo algumas pesquisas, cerca de quarenta por cento dos africanos que vieram para a Bahia eram de origem islâmica e muitos deles Fulani, além de Haussás,Mandingas e Mandês.
Essa é uma parte de nossa história que não falamos muito. Possivelmente muitas das nossas famílias, há quatro ou cinco gerações, eram mulçumanas e foram cristalizadas após o fim da revolta dos Malês. Umas voltaram para países como Gana onde vieram os “tabons” ou Benin…, os Agudás. O que é bastante curioso e rico”.
“Deveríamos ter um memorial da cultura afro islâmica aqui. Isso atrairia a visita de turistas de várias partes do mundo”, finaliza Paulo Rogério.

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