MERCADO DE CACAU SOBE COM INCERTEZAS NOS PORTOS DOS EUA E ESCASSEZ DE PRODUTO
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O mercado de cacau alcançou um novo patamar ao romper a barreira de US$ 8.000 por tonelada, impulsionado por uma combinação de fatores que incluem escassez de produto, a alta em outras commodities e a ameaça de uma greve iminente nos portos dos Estados Unidos.
A resistência técnica para o cacau agora está na faixa de US$ 8.500 a US$ 8.600, com os traders de olho nas condições de oferta e nos desdobramentos econômicos que podem afetar ainda mais os preços.
A queda constante dos estoques certificados nos portos norte-americanos também é um ponto de preocupação. Atualmente, os estoques estão em apenas 2.172.260 sacas, o que reflete a crescente escassez no mercado e fortalece o cenário de alta nos preços.
AGRICULTORES PEDEM AÇÃO URGENTE PARA EVITAR GREVE NOS PORTOS
Outro fator relevante que influencia o mercado agrícola é a possível greve dos trabalhadores portuários nos EUA, o que poderia ter impacto direto sobre o comércio global de várias commodities, incluindo o cacau.
Na quarta-feira, diversas organizações agrícolas americanas, como a American Farm Bureau Federation, a Renewable Fuels Association e o American Chemistry Council, fizeram um apelo urgente à Casa Branca para que intervenha e evite a paralisação dos portos da Costa Leste e do Golfo do México, que movimentam cerca de 50% do comércio marítimo do país.
Os grupos alertam que a greve, prevista para começar em 1º de outubro, poderia causar danos severos à economia americana, particularmente ao setor agrícola. Um relatório da JPMorgan estima que uma paralisação portuária teria o potencial de gerar perdas de até US$ 5 bilhões por dia para a economia dos EUA.
A greve, caso ocorra, será a primeira do tipo desde 1977 e envolve o sindicato International Longshoremen’s Association, que representa 45 mil trabalhadores, e a Aliança Marítima dos Estados Unidos, responsável por negociar em nome dos empregadores dos portos do Texas até o Maine. O contrato atual entre essas partes expira em 30 de setembro, e a falta de um acordo até lá pode resultar em um bloqueio significativo nas cadeias de abastecimento.
IMPACTOS ECONÔMICOS
A possibilidade de uma greve prolongada preocupa toda a cadeia produtiva, e os efeitos não seriam limitados aos portos, mas se espalhariam por diversos setores da economia americana.
Produtos essenciais, como café, carne e ovos, são transportados pelos portos da Costa Leste e do Golfo, e uma paralisação prolongada poderia exacerbar a inflação de alimentos e prejudicar a agricultura, que já enfrenta desafios com a oferta limitada de produtos como o cacau.
As tensões no mercado de cacau refletem a vulnerabilidade das cadeias de abastecimento globais em momentos de incerteza. (Fonte: mercadodocacau)
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