OPINIÃO DE ZEBRÃO: O BRASIL CONTINUA IMPORTANDO CACAU DA ÁFRICA, TRAZENDO SÉRIOS RISCOS PARA A REGIÃO. BASTA!
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Na semana que passou, a região cacaueira foi surpreendida com a chegada do navio Rubina Madera, no Porto do Malhado em Ilhéus, proveniente da África, com DUZENTAS E SESSENTA MIL sacas de cacau.
Todos nós sabemos, que a exploração infantil no país africano é a coisa mais comum que existe. Além da exploração salarial, sem falarmos nos riscos que o produto pode trazer, quem não se recorda da Vassoura de Bruxa.
Afinal de contas, os países africanos produtores do cacau, Costa do Marfim, Gana, Camarões e Nigéria, são responsáveis por 75% da produção mundial do fruto.
Ao não pagarem um salário justo ao trabalhador, explorarem o trabalho infantil, estão fazendo concorrência desonesta com os produtores brasileiros, que cumprem uma série de obrigações principalmente trabalhistas.
As multinacionais que estão instaladas em nossa cidade, Barry Chalebout, Cargill E Offi, que dominam o setor, não interessa a origem do cacau, querem adquirir onde é mais barato o produto, seja sacrificando vidas mesmo de crianças, mesmo que ele chegue como tem chegado, sujo com sangue, suor e exploração quase uma escravidão humana.
Quanto não custa o transporte por navio da África até o Brasil, de 260.000 mil sacas de cacau? Um percurso de quase oito mil quilômetros…
O desequilibrado presidente Trump, nos fez lembrar de algo. Será que não é possível taxar o cacau vindo da África em 70, 100% ou até mais, só assim as empresas citadas acima, olhariam com bons olhos os cacauicultores da região cacaueira, passariam a respeitar quem gera emprego e faz a nossa economia girar.
E o valor advindo da taxação, deveria ser totalmente destinado a pesquisa, revitalizar a velha CEPLAC, que hoje é um asilo de velhos cujos funcionários voltariam a ser respeitados, voltando todos eles a ser chamados de DOUTORES como antigamente, quando iam visitar uma propriedade da região.
Mas não, as empresas multinacionais, preferem adquirir um produto de péssima qualidade, fomentando o desemprego na região cacaueira, mesmo que o produto venha sujo não com o suor do trabalhador de carteira assinada, mas sujo de sangue e lágrimas até de crianças.
NOSSA ÚNICA VOZ HOJE É A ANPC
A única voz em defesa dos cacauicultores, tem sido a dinâmica, competente, simpática e comunicativa presidente da ANPC-Associação Nacional dos Produtores de Cacau, Sra. Vanuza Barroso, que vem chamando a atenção o governo federal para os riscos fitossanitários que as cargas oriundas da África, podem trazer à lavoura cacaueira não apenas da região, como de outros estados produtores do cacau.
O ano de 2024, foi um período áureo para a região, quando o nosso produto foi valorizado, ou melhor, o seu preço atingiu onde todos esperavam, até superando as nossas expectativas, passando de R$ 180,00 a 300, ultrapassando a barreira dos R$ 1.000,00, claro, com variações.
As importações de cacau de espécie inferior tanto na qualidade como nos preços, claro que irão influenciar para baixo, os preços da produção brasileira.
Devemos salientar que a alta dos preços da arroba do cacau, tem levado os cacauicultores a novos investimentos em suas propriedades, com perspectivas do aumento da produtividade.
Em conversa no último sábado via celular, a presidente Vanuza Barroso foi enfática ao afirmar: “A indústria ao sugerir que o Governo Federal aplicasse a Instrução Normativa IN125, que atualiza os requisitos fitossanitários para a importação de cacau, ignorou a proteção à lavoura cacaueira brasileira. O navio que atracou em Ilhéus está sem nenhum controle, com riscos gravíssimos de trazer doenças de outros países, que convivem com pragas que eles não conseguem combater. A chegada dessas doenças seria uma catástrofe para a produção nacional e é preciso que o Governo Federal tome medidas drásticas para evitar que isso aconteça”,
Segundo informações colhidas junto às autoridades, estão previstos novos descarregamentos de cacau no porto de Ilhéus, para o mês de março.
É preciso que todos nos mobilizemos, vamos nos concentrar em Ilhéus e se possível, fazer algo que não seja permitido a descarrega de navios com grãos de cacau sujos de sangue, suor, lágrimas e escravidão.
Ás empresas multinacionais, precisam respeitar os cacauicultores da região, “RESPEITO É BOM E NÓS GOSTAMOS” dona Barry Chalebout, dona Cargill e dona Offi.
Se vocês não nos respeitam, não respeitam o nosso trabalho, às nossas famílias, os nossos antepassados, não temos porque respeitar vocês também.
“SUA LIBERDADE TERMINA QUANDO COMEÇA A DO OUTRO”. Uma forma simples de entender essa frase é pensando em sua vizinhança. Cada um tem liberdade para fazer o que quiser dentro de sua casa, mas desde que não incomode o outro…
E vocês Barry, Cargill e Offi, não apenas estão nos incomodando, como estão nos roubando, roubando a nossa esperança de dias melhores para a nossa região. Dias melhores para as nossas famílias, até roubando também, o que nossos antepassados investiram e o sacrifício de cada um.
Agora, é lamentável que a Câmara dos Deputados, desde 2021, esteja com os olhos fechados para a Instrução Normativa 125-21, que revogou o uso do brometo de metila, produto utilizado no controle de pragas da lavoura comuns na África. “ESSAS PRAGAS PODEM CONTAMINAR AS PLANTAÇÕES BRASILEIRAS DE CACAU E ATÉ MESMO AQUELAS DE OUTRAS CULTURAS”.
Nós então perguntamos: onde estão os nossos representantes, que no próximo ano, vão estar com o pires na mão, pedindo o apoio da nossa região para elegê-los e nada fazem em defesa da sofrida região cacaueira.
Que os candidatos tomem vergonha na cara, assumam a defesa da nossa região, assumam a paternidade do cacau e nós eleitores, aprendamos a votar, escolhendo quem tem condições de ganhar a eleição.
Tomando Itabuna como exemplo, dos dez deputados mais votados no município, os cinco primeiros não foram eleitos, os que foram não tem nenhuma ligação com a nossa região, não possuem uma propriedade que produza cacau, que foram: Paulo Magalhães (PSD), com 5375 votos (5,00%), Alice Portugal (PCdoB), com 3534 (3,29%), Joseildo Ramos (PT), 3431 votos (3,19%), Marcio Marinho (Republicanos), que recebeu 3352 votos (3,12%) em Itabuna.
Vamos cobrar das Comissões que estão analisando o projeto, agilização, é para ontem… Comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois seguirá para o Plenário, afinal já se passaram três anos, dava para ter nascido TRÊS crianças, enquanto o projeto de extrema importância, não anda… será que o “peso” das empresas multinacionais valem $ mais que os votos da região cacaueira?
Salientamos que o redator Antonio Carlos Farias Nunes, não é cacauicultor, sequer é proprietário de 50 ou 100 pés de cacau. Mas o problema do sofrido e espezinhado cacauicultor, é problema de todos nós que moramos na região.
ANTONIO CARLOS FARIAS NUNES é Bacharel em Administração, Bacharelando em Ciências Políticas, ex-Professor de História da Filosofia no Colégio Castro Alves, em Gandu; ex-Professor de OSPB e EMC da Escola de 2º. Grau Eliseu Leal, em Gandu. Ex-funcionário dos Bancos BANEB e Brasil em Gandu, Itabuna e Una; Fundador e ex-presidente da Liga Ganduense de Futebol; Fundador e ex-presidente da União dos Vices Prefeitos da Bahia; Ex-Diretor Concursado da Câmara de Vereadores de Gandu; Ex assessor dos deputados Osvaldo Souza, Nestor Duarte e Félix Mendonça; Ex-Vice-prefeito; ex-prefeito de Gandu e ex-presidente da AMURC.
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