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CLIMA EXTREMO E MERCADO INSTÁVEL AMEAÇAM A PRODUÇÃO GLOBAL DE CACAU

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O mercado do cacau opera com baixa liquidez nesta manhã, seguindo o comportamento de outras commodities. Na sexta-feira, uma forte onda de vendas pressionou os contratos, levando a novas mínimas recentes. O contrato de maio oscilou entre US$ 7.755 e US$ 8.214 por tonelada, encerrando a sessão a US$ 7.867, uma queda de 3,73% ou US$ 305.
O volume negociado nesse vencimento alcançou 8.465 contratos, enquanto o total negociado foi de 22.043 contratos. O interesse em aberto permaneceu praticamente estável em 104.444 contratos.
Os estoques certificados nos portos dos Estados Unidos, conforme relatado pela ICE, registraram um novo aumento, atingindo 1.678.078 sacas. Além disso, a liquidação física do contrato de março foi concluída na sexta-feira, com 999 contratos entregues, tendo a Socgen Generale Securities como principal recebedor.
As moagens da Europa e da América do Norte relativas ao primeiro trimestre de 2025 serão divulgadas em 14 de abril, sendo aguardadas com expectativa pelo mercado. Enquanto isso, o contrato futuro do dólar com vencimento em 31 de março de 2025 está cotado nesta manhã a US$ 5,75, pouco abaixo do fechamento de sexta-feira, que foi de US$ 5,758.


INCERTEZAS NA PRODUÇÃO DA COSTA DO MARFIM
Fontes do setor indicam que a safra intermediária da Costa do Marfim, o maior produtor mundial de cacau, deverá ser menor neste ano devido a condições climáticas desfavoráveis, o que pode agravar a escassez global da commodity.
Segundo estimativas de seis comerciantes e analistas consultados pela Bloomberg, a produção da segunda e menor safra da temporada deverá ser de aproximadamente 400.000 toneladas, abaixo das 440.000 toneladas colhidas no ano passado.
O mercado está atento às projeções de safra, especialmente após os problemas climáticos na África Ocidental terem gerado um déficit significativo, levando os preços do cacau a recordes em 2024. Embora os futuros tenham recuado de seus picos em dezembro, o cacau continua historicamente caro e os estoques globais seguem limitados.
O regulador do setor na Costa do Marfim, Le Conseil du Cafe-Cacao, afirmou que ainda é cedo para prever os volumes da safra intermediária deste ano e se recusou a comentar sobre os dados do ano passado.
No entanto, é sabido que a colheita foi afetada pelo calor extremo e uma seca prolongada desde novembro, além da incidência severa dos ventos Harmattan, que trazem poeira do Saara e impactam o desenvolvimento das plantações.


IMPACTO NA MOAGEM E NA QUALIDADE DOS GRÃOS
A safra intermediária da Costa do Marfim normalmente é destinada às indústrias locais de moagem, que processam os grãos para abastecer o mercado global de confeitaria. Uma produção reduzida pode prejudicar a operação dessas fábricas em plena capacidade. Ademais, os moedores expressam preocupação com a qualidade dos grãos, pois o clima adverso tem afetado as colheitas, levando à formação de vagens de menor qualidade.
O setor agora volta sua atenção para a próxima safra principal, significativamente maior, que começa em outubro. As condições climáticas nos próximos meses serão determinantes para a produtividade. Algumas regiões ocidentais da Costa do Marfim já registram chuvas, o que pode ser um sinal positivo para o futuro da produção.
Enquanto isso, a Organização Internacional do Cacau divulgou que, apesar das preocupações com o clima, o mercado global pode apresentar um superávit de 142.000 toneladas nesta temporada, graças ao aumento da produção e à desaceleração da demanda. No entanto, alguns analistas ainda prevêem um pequeno déficit, o que manteria os preços em patamares elevados. (Fonte: mercadodocacau – Por Claudemir Zafalon)

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