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PRODUTORES DE CACAU EM GANA ABANDONAM PLANTAÇÕES E VENDEM TERRAS PARA MINERADORES ILEGAIS

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A agricultura de cacau, uma das bases da economia ganesa, enfrenta um novo desafio: a crescente desistência de produtores que estão abandonando suas terras para vendê-las a mineradores ilegais, conhecidos localmente como “galamseyers”. A situação vem sendo descrita como um verdadeiro “cancro” nacional por líderes comunitários e especialistas no setor.
A mineração ilegal, que já devastou diversas áreas agrícolas do país, continua a se expandir mesmo com os esforços de governos anteriores para combatê-la. O ex-presidente John Mahama, inclusive, chegou a declarar guerra contra os envolvidos, mas as práticas ilegais seguem avançando.
Em entrevista ao GhanaWeb, Obed Owusu-Addai, co-coordenador da Plataforma de Cacau da Sociedade Civil de Gana (GCCP), revelou que agricultores estão vendendo voluntariamente suas terras para mineradores ilegais em troca de recompensas financeiras imediatas. Segundo ele, a decisão é motivada principalmente pela falta de incentivos reais ao cultivo de cacau.
“Nossas conversas e estudos mostram que alguns agricultores, mesmo com boas plantações, estão optando por entregar suas terras. A questão principal é que eles não são incentivados a retê-las”, afirmou Owusu-Addai.


O GCCP tem realizado visitas a campo e reuniões com agricultores na tentativa de reverter essa tendência, promovendo o valor de longo prazo do cultivo do cacau em contraste com os lucros rápidos da mineração ilegal. No entanto, os esforços têm enfrentado resistência diante da difícil realidade econômica vivida pelos produtores.
Owusu-Addai responsabiliza diretamente o COCOBOD, órgão regulador do setor, pela falta de medidas eficazes. Segundo ele, o conselho deveria tornar o cultivo do cacau mais atrativo e lucrativo para evitar que os produtores optem por soluções de curto prazo.
A Lei do Conselho do Cacau de Gana (PNDCL 81), que rege o setor desde 1984, confere ao COCOBOD o mandato de gerenciar, proteger e promover a produção de cacau no país. A entidade também é responsável por incentivar a produção, regular a comercialização e garantir a exportação do produto.
“É sua responsabilidade proteger os agricultores e não cruzar os braços enquanto suas terras são tomadas por mineradores ilegais”, reforçou Owusu-Addai.
Com o avanço do garimpo sobre as plantações de cacau, especialistas temem um impacto duradouro na produção nacional e na sustentabilidade do setor agrícola em Gana, que responde por uma parcela significativa da oferta global de cacau. (Fonte: mercadodocacau com informações ghanaweb)

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