GANA ESTUDA NOVO ACORDO DE PREÇOS PARA CACAU COM META DE REDUZIR CONTRABANDO EM ATÉ 80%
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COCOBOD aposta em reajuste para desencorajar comércio ilegal e apoiar produtores locais
O Conselho Consultivo Supremo do Conselho de Cacau de Gana (COCOBOD), principal órgão representativo dos trabalhadores sindicalizados do setor, expressou confiança de que o contrabando de cacau poderá ser drasticamente reduzido — em até 80% — caso entre em vigor um novo acordo de preços proposto para a próxima safra 2024/2025.
Atualmente, o preço ao produtor está fixado em GH₵ 3.100 por saca de 64 kg, com um aumento marginal de 0,03% em relação à última taxa anunciada. O ajuste, que equivale a GH₵ 49.600 por tonelada, tem como objetivo alinhar os preços locais com os praticados internacionalmente e oferecer um apoio mais sólido aos agricultores ganenses.
Segundo o presidente do COCOBOD, Isaac Ansah, um aumento significativo no preço pago ao produtor, potencialmente acima do que é oferecido na vizinha Costa do Marfim, pode reduzir fortemente o incentivo ao comércio transfronteiriço ilegal.
“Se o preço subir, talvez até mais do que a Costa do Marfim está oferecendo, a questão do contrabando será reduzida em mais de 80%, se não for eliminada”, afirmou.
As declarações foram feitas durante as celebrações do Dia do Trabalhador (1º de Maio), na Praça Black Star, em Accra. O evento, que reuniu sindicatos de várias regiões do país, teve como tema “Redefinindo salários e condições de trabalho: o papel das partes interessadas”, e destacou a necessidade de união e solidariedade entre os trabalhadores.
GALAMSEY E A POBREZA ESTRUTURAL
Ansah também abordou o tema do galamsey — a mineração ilegal —, que tem afetado gravemente as comunidades produtoras de cacau. Ele classificou o problema como profundamente enraizado na pobreza, na falta de oportunidades e na politização.
Para o presidente do COCOBOD, simplesmente proibir a prática sem oferecer alternativas de subsistência é ineficaz e injusto, especialmente para as áreas rurais.
“Não podemos dizer para pararem com o galamsey se não estamos abrindo caminhos para que trabalhem ou iniciem seus próprios negócios”, afirmou. Segundo ele, a falta de empregos e de apoio ao empreendedorismo acaba empurrando jovens para atividades ilegais no mato.
CRÍTICAS AO NSS
Durante seu discurso, Isaac Ansah também expressou preocupação com a situação dos funcionários do Serviço Nacional de Apoio (NSS), classificando suas condições como “terríveis e inaceitáveis”.
Os atuais subsídios de GH₵ 700,00 foram considerados inadequados e humilhantes, especialmente diante do esforço dos jovens que atuam lado a lado com servidores efetivos. (Fonte: mercaododcacau com informações graphic)
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