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É um mecanismo que tem o seu surgimento como contraponto o silenciamento da voz de minorias sociais por grupos privilegiados em espaços de debate público. Ele é utilizado por grupos que historicamente têm menos espaço para falar. Assim, mulheres tem o lugar de fala- ou seja, a legitimidade- para falar sobre o feminismo, transexuais sobre a transfobia, os gordos sobre gordofobia, os negros sobre o racismo, e assim por diante.
Na prática, o conceito pode auxiliar pessoas a compreenderem como o que falamos e como falamos marca as relações de poder e reproduz, ainda que sem intenção, o racismo, machismo, lgbtfobia e preconceitos de classe e religiosos.
Uma crítica à adesão total do “lugar de fala” num debate público é que ele pode restringir a troca de ideias. Exemplo: um homem ser impedido de falar sobre o feminismo, posição defendida por algumas correntes do movimento feminista, o que pode acarretar em um debate muitas vezes superficial e incompleto com alguns equívocos em sua aplicação.
Nos últimos anos a militância do “lugar de fala” tornou-se, crescente, no entanto ressalto que mesmo quem não tem vivências de discriminações raciais, sexuais, sociais, dentre outras; podem alargar discussões sobre quaisquer grupos subalternos evidenciando suas mazelas, características e formas de combate e inclusão desses grupos na sociedade.
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