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Historicamente as mulheres no Brasil e em especial em Itamari, tem sido subrepresentadas. Em 58 anos de emancipação política, não chegam a sete o número de mulheres que ocuparam cargos eletivos. Poucas mulheres ocuparam cargos no legislativo, a exemplo apenas Delcy, Ercy, Genilda (Nem), Prof. Mary e Norma Lisboa e no executivo Genilda ( vice) e Palloma Antas (prefeita).
Nos últimos anos tem aumentado o debate público em torno das causas e direitos da mulher. Temas como aborto, saúde da mulher, assédio e preconceito apenas para citar exemplos, tem sido discutido e tomado corpo no cenário político. A LUTA pelos direitos da mulher vem avançando no Brasil e em todo mundo.
Os direitos da mulher vem tendo expressiva progressão com o passar do tempo, o direito à voto, o direito de serem eleitas, leis contra abusos, delegacia das mulheres, lei Maria da Penha são exemplos que podemos citar. Porém no campo político, foram poucos os avanços observados. As mulheres ainda encontram-se com pouca representatividade, muito longe do desejado.
Em Itamari, não diferente de outros lugares, muitas mulheres ainda têm dificuldades de ocupar cargos de poder, serem eleitas ou terem voz ativa nas tomadas de decisões políticas. Na maioria das vezes, elas são usadas apenas para compor um número, 30% (cotas eleitorais) necessário ao registro de candidaturas.
Historicamente, existe uma exclusão das mulheres na política e que reverbera, até hoje, no nosso cenário de baixa representatividade feminina na nossa cidade. Itamari colabora em toda eleição para manter esse cenário de exclusão a cada eleição e para que o Brasil seja um dos campeões mundiais da não representatividade feminina.
O que percebe-se é que as mulheres não têm alcançado as esferas de poder do Município de maneira igualitária, o que as deixa à margem dos processos de elaboração das políticas públicas. Ou seja, as mulheres não se encontram devidamente representadas nesse sistema político vigente.
Em Itamari por exemplo, num cenário no qual 49% dos eleitores são mulheres, temos concorrendo pouco mais de 5 candidatas. Se queremos mudar a realidade brasileira, temos que começar logo fazendo o dever de casa, elegendo pelo menos uma mulher para o legislativo municipal. Que das nove cadeiras, pelo menos uma seja ocupada por uma mulher.
Quando as mulheres se submetem a participar em um processo eleitoral apenas como um número, quando não participam ou não têm interesse em pleitear um cargo político, estão ali só para cumprir o coeficiente necessário que os partidos precisam, estão apenas reafirmando e fortalecendo a sua exclusão política. Estão delegando apenas aos homens a defesa de suas causas e coisas que só elas entendem e sentem.
A subrepresentação feminina na política em Itamari e no Brasil, gera consequências que se refletem, principalmente, mas não unicamente, na idealização, construção e execução de políticas públicas que considerem as questões do ser mulher. Quanto menos mulheres na política, menos direitos, menos beneficios e menos avanços nas causas femininas.
A presença de mulheres na política em Itamari, proporcionará um maior diálogo e um pensar mais abrangente em torno de questões que estejam relacionadas às pautas femininas. É preciso entender também que as políticas públicas são primordiais para o exercício da igualdade de gênero e empoderamento das mulheres.
Homens e mulheres em Itamari precisam participar e contribuir para a elaboração dessas políticas, e assim, construir uma cidade melhor, com mais representatividade para todos.
Para finalizar, deixo aqui a sugestão, para todas as mulheres da nossa amada cidade, que vote consciente, e o voto consciente é aquele voto inteligente, que esteja ligado a uma causa que você acredita, a uma necessidade para o aprimoramento da democracia, a defesa de direitos, o combate à discriminação, ao machismo e o preconceito. Escolha e VOTE EM UMA MULHER NESSAS ELEIÇÕES, pois o lugar das mulheres é onde elas quiserem, e na política é o melhor lugar.
(Nelson Ribeiro Filho, Mestrando em Educação, especialista, Professor das redes Estadual e Municipal de ensino e é o administrador do grupo TRIBUNA LIVRE DE ITAMARI. Também idealizador da Itamari Kakau’s)
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