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A NECROPOLÍTICA NA COVID 19 – Pelo Prof. ZENILDO SANTOS SILVA-ZOOM

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Necropolítica é um conceito criado pelo filósofo Mbembe, que na sua teoria discute os limites da soberania do Estado quando escolhe quem deve viver e morrer. Nos últimos meses esse termo vem sendo usado para falar de políticas de segurança pública, principalmente no contexto pandêmico, onde as realidades sanitárias no Brasil apresentam um retrato da desigualdade social.
Quem são as vítimas da necropolítica? Quanto mais frágil for determinado grupo, maior o desequilíbrio entre o poder da vida e da morte sobre eles. Por isso existem inúmeras discussões sobre um sistema racista e patriarcal na sociedade que, direta ou indiretamente, produziram práticas e relações sociais desiguais, cujos efeitos ainda são vivenciados.
É fato que a COVID 19 não faz distinção em seu contágio. A contaminação independe de raça, classe ou gênero. Todavia, o comportamento adotado pelos Estados e suas organizações pode ser capaz de produzir dinâmicas de diferenciação, nos fazendo entender porque determinadas pessoas ficaram mais vulneráveis ao vírus.
Como as principais medidas de combate à disseminação do vírus são o isolamento social e a higiene das mãos, não reunir condições de cumprir tais requisitos pode rapidamente tornar pessoas vítimas da doença. O COVID-19 tem gerado, portanto, um agravamento de uma crise que já existe. Suas consequências visibilizam a desigualdade social vivenciada diariamente por pessoas em locais onde o isolamento é praticamente impossível. A situação é um anúncio de dados possivelmente preocupantes que podem evidenciar a necropolítica em locais de vulnerabilidade.

(ZENILDO SANTOS SILVA, Bacharel em Psicologia, Psicopedagogo e Mestrando pela UFSB em Ensino e Relações Étnicos Raciais)
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