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Uma luta de décadas teve final feliz para quem vive da pesca em Canavieiras. A Portaria nº 1.076 aprovou o Plano de Gestão Local do Guaiamum na Reserva Extrativista, a Resex, autorizando a pesca do guaiamum. É a primeira cidade a ter a pesca comercial sustentável do guaiamum autorizada oficialmente.
O guaiamum é uma espécie ameaçada de extinção cuja pesca é proibida em todo o Brasil desde novembro de 2019, exceto nas Unidades de Conservação de Uso Sustentável. A Resex é a primeira a conseguir autorização para a pesca e venda legal do guaiamum.
O presidente da Associação de Goiamuzeiros e Goiamuzeiras de Canavieiras, Renildo Lima de Jesus, festejou a liberação. “Esta conquista, para mim, significa muita coisa, principalmente um futuro para a gente, pescador, que anda sofrendo no dia-a-dia”.
O PGL possui regras para garantira o estoque de guaiamum na natureza, como o tamanho mínimo de captura (7 cm de largura da carapaça), transporte, armazenamento e venda somente de guaiamuns machos inteiros (a pesca da fêmea segue proibida), uso exclusivo de armadilha “ratoeira” em áreas de apicum e restinga, não no manguezal.
Somente pescadores cadastrados na Resex poderão receber a licença para coleta comercial do guaiamum. Quem vende o produto só poderá comprar dos autorizados. Outro critério do PGL é o monitoramento da pesca, com o registro periódico dos dados de captura.
A pesquisadora Carolina Sapucaia, bolsista do ICMBio que participou da construção do PGL e das oficinas participativas, destaca que os pescadores são os protagonistas na coleta de dados sobre a espécie, e vê o monitoramento como algo positivo.
“Quando fazemos o registro das diversas informações, de como foi a pesca, quanto tempo durou, quantas ratoeiras ou capim foram utilizados, quantos guaiamuns foram capturados, quantos foram vendidos e quanto pagaram pela pescaria, passamos a ter mais conhecimento de como está a nossa pesca e a situação do guaiamum na nossa área”.
“Com isso, poderemos mostrar a importância dessa atividade, tanto para gerar renda para as famílias de pescadores, quanto para promover a conservação, manejo e recuperação da espécie”, defende Carolina. A pesca e venda do guaiamum serão fiscalizadas por Ibama, ICMBio e Inema. (Fonte: A Região)
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