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O TIRO NO PÉ DE BOLSONARO E O QUE EXPLICA A RESILIÊNCIA DE BOLSONARO NAS PESQUISAS ELEITORAIS

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O recuo de governistas em relação à CPI da Petrobras – a primeira pedida por um governo contra o próprio governo na história do Brasil – revela o que já se sabia desde a semana passada: a tentativa de investigar a empresa não passou de mais um tiro no pé de Jair Bolsonaro.
Ou… mais um tiro que saiu pela culatra – frise-se – por que o presidente já mirou contra ele mesmo outras vezes, como nas comemorações do 7 de setembro do ano passado, quando a crise econômica piorou por conta de seus ataques aos outros poderes.
Ruim de mira, apesar de devoto número 1 do armamentismo no Brasil, Bolsonaro defendeu uma investigação contra a estatal do petróleo por conta da impopularidade crescente – insuflada, entre outras coisas, por seguidos aumentos nos preços dos combustíveis.

Ocorre que uma Comissão Parlamentar de Inquérito focaria muito mais focada na eleitoreira intervenção política do presidente na empresa do que em qualquer discussão sobre a política de preços, o aumento do preço do barril do petróleo no exterior ou a subida do dólar.
Basta lembrar o que disse o ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco em um grupo privado de economistas: “meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que podem incriminar [Bolsonaro]. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras”.
Estaria aí o primeiro pedido da CPI: o conteúdo das conversas entre Bolsonaro e Roberto Castello Branco. Os parlamentares seguiriam o bombardeio contra o governo requisitando a conversa do presidente com os outros dois ex-presidentes da estatal da atual gestão.
Sim, querido leitor, estamos caminhando para o quarto chefe da Petrobras desde o início do mandato. (Fonte: Veja – Por Matheus Leitão)

O QUE EXPLICA A RESILIÊNCIA DE BOLSONARO NAS PESQUISAS ELEITORAIS

Diante dos aumentos sucessivos nos preços dos combustíveis e da prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, o mundo político esperava que o presidente Jair Bolsonaro (PL) sofresse algum baque nas últimas pesquisas de intenção de voto, mas ele permaneceu no mesmo patamar, com variações positivas dentro da margem de erro nos levantamentos Datafolha (de 27% para 28%) e BTG/FSB (de 32% para 33%) divulgados nos últimos dias, em cenários para o primeiro turno.
Também dentro da margem de erro, a vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre Bolsonaro teve oscilações negativas no segundo turno.
As dúvidas sobre a origem da resiliência de Bolsonaro, que mantém por volta de um terço do eleitorado fidelizado a ele nas pesquisas, encontram resposta tanto no tamanho do bolsonarismo no país quanto na polarização com Lula, que leva eleitores antipetistas e “lavajatistas” ao presidente por gravidade, ante a fragilidade das candidaturas de centro — Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e Luciano Bivar (União Brasil) não chegam a dois dígitos.
“As pesquisas mostram que tanto Bolsonaro quanto Lula talvez tenham encontrado seu teto no primeiro turno. Os dois não se movimentam concretamente desde a saída de Moro”, diz o cientista político Marco Antônio Carvalho, da Fundação Getulio Vargas (FGV).
“O piso e o teto estão muito próximos. Não temos um eleitorado que vá votar em Bolsonaro e seja vacilante, o eleitorado bolsonarista é praticamente a totalidade dos votos dele. São convictos. Uma parte poderia migrar para Moro, mas não me parece que outra candidatura possa receber esse grupo”, avalia.

Embora rápida, a passagem de Milton Ribeiro pela carceragem da Polícia Federal em São Paulo deixou avarias no discurso de Bolsonaro de que em seu governo não há corrupção. A investigação sobre os pastores lobistas que mercadejavam recursos do Ministério da Educação com prefeituras em troca de propinas, neste sentido, ainda pode causar danos eleitorais.
Além do mais, as suspeitas de que o presidente interferiu na investigação, passando informações privilegiadas ao ex-ministro, abrem outra frente de desgaste a Bolsonaro, desta vez no Supremo Tribunal Federal (STF), com quem vive às turras.
“Se houver algum tipo de conjuntura mais forte, o caso MEC, por exemplo, um grupo mais moralista que vota em Bolsonaro porque acredita no discurso anticorrupção pode buscar outra alternativa, ou não votar em ninguém”, observa o analista da FGV.
Segundo Carvalho, a provável escolha do general Walter Braga Netto para ser vice de Jair Bolsonaro, apesar dos esforços do Centrão para ter um dos seus na vaga, também pode se desdobrar em dificuldades eleitorais e limitar um eventual avanço do presidente ao centro. Isso porque o militar não agrega votos e agrava uma imagem radicalizada.
“Essa decisão talvez reforce ainda mais o teto que Bolsonaro alcançou, repetindo 2018, quando escolheu Mourão, e esquecendo que já tem uma imagem radicalizada. Para alguém que precisa avançar ao centro, ter feito uma aliança com o general torna o objetivo mais difícil, até porque a rejeição dele não estanca, é muito estável”, diz. (Fonte: Veja. Por Maquiavel)

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