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LULA USARÁ VIAGEM AO EGITO PARA ANUNCIAR GUINADA NA POLÍTICA EXTERNA / JANJA, SENHORA DO PRÓPRIO DESTINO, ASSIM COMO MICHELLE FOI E AINDA É

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Jair Bolsonaro boicotou o combate ao aquecimento global, abraçou o negacionismo na pandemia e isolou o Brasil nos fóruns internacionais. É fácil entender por que o mundo respirou aliviado com sua derrota nas urnas.
A torcida contra o capitão produziu um raro consenso entre Estados Unidos e China. Os líderes de Rússia e Ucrânia, em guerra desde o início do ano, também se uniram para saudar o presidente eleito. Na noite da vitória, Lula afirmou que “o Brasil está de volta”. O discurso será posto em prática a partir de amanhã, quando ele embarca para participar da COP27 no Egito.
A viagem deve marcar uma guinada na política externa brasileira antes mesmo da posse do novo governo. Bolsonaro se notabilizou como um inimigo da causa ambiental. Nunca foi às conferências da ONU sobre mudanças climáticas e ainda sabotou a edição de 2019, que deveria ter ocorrido em Salvador.
Para reforçar a mensagem de que os tempos mudaram, Lula deve propor que a COP30 aconteça no Brasil. Seu discurso em Sharm el-Sheikh incluirá promessas sobre a proteção da Amazônia, a defesa dos povos indígenas e a redução das emissões de carbono.
“A Amazônia tem que deixar de ser um passivo e voltar a ser um ativo do Brasil nas relações internacionais”, afirma o ex-chanceler Celso Amorim. Ele defende que Lula convoque uma cúpula de países da região para discutir ações coordenadas. “Precisamos assumir compromissos, como o desmatamento zero, e cobrar mais participação dos países desenvolvidos na preservação da floresta”, sustenta. O instrumento para isso será o Fundo Amazônia, criado em 2008 e abandonado por Bolsonaro.
O mecanismo recebia doações da Alemanha e da Noruega para financiar ações de combate ao desmatamento. Os repasses foram interrompidos quando o capitão extinguiu os comitês que supervisionavam o uso do dinheiro. Há dez dias, o Supremo Tribunal Federal ordenou a reativação do fundo e considerou o atual governo “negligente” e “omisso” por deixar mais de R$ 3 bilhões parados em conta. O ministro Kassio Nunes Marques, sempre ele, foi o único a votar a favor do Planalto

A deputada eleita Marina Silva já pediu que os EUA passem a contribuir com o Fundo Amazônia. Ela é cotada para reassumir o Ministério do Meio Ambiente ou um novo órgão voltado às mudanças climáticas. “Marina é um símbolo internacional. Ela está para a questão do clima como Lula está para o combate à fome”, elogia Amorim, que também pode voltar ao Ministério das Relações Exteriores.
No discurso do dia 30, o presidente eleito disse que o Brasil é “grande demais para ser relegado a esse triste papel de pária do mundo”. Foi uma crítica direta a Ernesto Araújo, chanceler na primeira metade do governo Bolsonaro. O olavista subordinou a política externa às teses da extrema direita, inaugurando uma era de vexames internacionais.
“O Itamaraty está muito ferido. O que aconteceu neste governo foi um desastre”, resume Amorim, que não vai ao Egito porque se recupera de uma cirurgia. Aos 80 anos, o ex-chanceler faz mistério sobre a eventual volta à Esplanada, mas deixa claro que pretende colaborar com a nova gestão. “O diabo sabe das coisas não porque é esperto, mas porque é velho”, brinca. (Fonte: O Globo – Por Bernardo Mello Franco)

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JANJA, SENHORA DO PRÓPRIO DESTINO, ASSIM COMO MICHELLE FOI E AINDA É

Em um país onde a mulher nem sequer manda no próprio corpo, discute-se qual deve ser o papel da primeira-dama de um governante. Ela deve se envolver com políticas públicas ou apenas cumprir o protocolo que a reduz à condição de acompanhante?
Michelle Bolsonaro apresentou-se primeiro como “cuidadora” do marido e de sua família turbulenta. Depois, revelou-se uma atriz nata quando Bolsonaro concluiu que sua presença na campanha poderia lhe trazer votos. Trouxe, mas não o suficiente.

Janja, a mulher de Lula, superou Michelle em protagonismo nas eleições deste ano. E tudo indica que, ao fim do novo governo, terá sido a primeira-dama com mais exposição pública da história política do Brasil. Haverá alguma coisa errada nisso?
No país onde só mulheres ricas podem interromper uma gravidez indesejada sem pôr a vida em perigo e sem ir para a cadeia, Janja virou alvo de críticas. Não, ela não foi eleita para nada, quem se elegeu foi o marido. Portanto, deve permanecer à sombra dele.
Cita-se Ruth Cardoso, socióloga como Janja, mulher do ex-presidente Fernando Henrique, como exemplo ideal de primeira-dama. Ela tinha todas as credenciais para se envolver com políticas públicas, mas escolheu não fazê-lo, ou se o fez nunca se soube.
A palavra correta é esta: Ruth escolheu não se envolver. Detestava Brasília. Continuou dando aulas na Universidade de São Paulo e só apareceu ao lado do marido quando o protocolo da Presidência da República assim exigia. E nem em todas as ocasiões apareceu.
Michelle pode ter-se submetido às escolhas do marido, na maior parte do tempo limitada a comportar-se como peça decorativa e, no momento em que ele reconheceu seu talento para seduzir plateias, ocupando a boca do palco. Mas foi uma escolha dela.
Por que a escolha de Janja não pode ser outra? O lugar da mulher deveria ser qualquer um que ela deseje estar e possa estar. Nancy Reagan, mulher do ex-presidente Ronald Reagan, foi uma das primeiras-damas mais influentes dos Estados Unidos.
Descobriu-se isso quando se contou a história do governo Reagan – um presidente que, como Bolsonaro, não gostava de pegar no pesado. Michelle Obama foi tão influente que seu nome ainda é cogitado para a Presidência da República pelo Partido Democrata.
Foi Hillary Clinton, ativista política como era seu marido na juventude, que impulsionou a carreira de Bill, levando-o a se eleger presidente. Uma vez traída por ele, que fez sexo com uma estagiária da Casa Branca, escolheu não deixá-lo e se elegeu senadora.
Janja foi bem-sucedida na missão de fazer Lula feliz enquanto ele esteve preso e de participar de sua campanha vitoriosa. O país só terá a ganhar se ela somar seus conhecimentos aos dele para nos tirar do buraco cavado por Bolsonaro nos últimos quatro anos. (Fonte: Metropoles – Por BlogdoNoblat)

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