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A MULHER NEGRA E O RACISMO NOSSO DE CADA DIA – Pelo Prof. MAURÍCIO SANTANA

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O racismo brasileiro se manifesta das mais diversas formas: está na ausência de representatividade de homens e mulheres negras nos espaços públicos, no fosso de exclusão e pobreza, bem como no imenso número de assassinatos que ocorrem todos os anos.
Quando analisamos o mapa da violência dos homicídios sofridos por mulheres negras percebe-se um crescimento de 56,2% entre 2018 e 2019, no mesmo período, o homicídio de mulheres brancas caiu 9,8%. É consenso que não existe raça, mas que outra explicação haveria para este cenário senão o racismo?
Diante dos dados supracitados é preciso lembrar que a vulnerabilidade poderia abater estas mulheres, mas este grupo se consolida com uma importante força motriz da transformação. E com generosidade e solidariedade, elas se levantam diariamente e lutam para que outras mulheres não passem por suas dores e dificuldades.
As mulheres negras choram e buscam a liderança por justiça por filhos desaparecidos e assassinados pela violência, inclusive da polícia. As mulheres campesinas – quilombolas, ribeirinhas, indígenas e muitas outras gritam pelo acesso a terra. As mulheres negras apelam pelo direito de decidir pelo próprio corpo por meio da regulamentação do aborto seguro.
É fundamental lutar, antes de tudo, para que toda a sociedade reconheça o problema que é o racismo. Somente assim conseguiremos combatê-lo com políticas públicas e compromisso de todos. Para criar e gerir as políticas públicas de modo eficiente é crucial conhecer o racismo em detalhes, saber onde ele está como atua e seus efeitos sobre as pessoas – auxiliando na superação de outras desigualdades também.
Ainda é preciso reconhecer que sem as mulheres negras e seu pensar ativo não conseguiremos o pleno exercício de nossos direitos. Ser mulher negra é enfrentar a dor, enfrentar a luta do dia a dia, tentar sobreviver e seguir mais adiante. É Fato que a dor não vai passar, mas a mulher negra se levanta generosamente para lutar de maneira que outras não experimentem o que ela vivenciou.

(MAURÍCIO SANTANA, Licenciado em História, Professor da rede Estadual e Privada de Ensino, Pós Graduado em História do Brasil, Gestão Educacional e Mestre em Educação)
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