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O CASAMENTO DE 33 ANOS DO EX-TRAFICANTE DE COCAÍNA COM A EX-SÍMBOLO SEXUAL

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O casal no Havaí, em 1987: auge do tráfico

Parece haver uma disputa entre os dois crentes para saber quem pecou mais. Casados há 33 anos, o ex-traficante de cocaína Luiz Carlos Pereira Leite, 64 anos, e a ex-“pantera” e capa da revista “Playboy” Debora Soares, 54, transformaram suas faltas do passado em “testemunho”. Pelo que se depreende na conversa com eles, quanto mais extraordinária é a história que contam, maiores são as chances de atraírem gente para a salvação. Ao dar uma ideia do quanto andou fora do caminho de Deus, Leite declara, em um linguajar muito próprio, que foi um “traficante internacional”. “Eu era ligado ao cartel de Medellín, meu irmão! Cheguei a movimentar U$ 1 milhão em um mês.” Conhecido da granfinada carioca como Luizinho do Pó, Leite diz que durante 8 anos, entre 1980 e 1988, controlou um império que ia da zona sul do Rio à Austrália, com escala no Havaí. Débora não deixa por menos: “Eu vivia do meu corpo, cheguei a me arriscar para conseguir exposição e ganhar mais com publicidade. Topei fazer uma matéria em que posava nua nos principais pontos turísticos do Rio, Cristo Redentor, Pão de Açúcar, praia de Ipanema, enquanto o repórter anotava a reação das pessoas. Fui parar em todos os programas de TV!” Diz ela que aproveitou “todas as oportunidades, cada telefonema que tocou”. Namorou muito, mas era “romântica”. “Claro que houve muitas propostas de michê, mas eu não conseguia entregar o meu corpo por dinheiro. Queria minha independência financeira, sem precisar esconder nada dos outros.”
QUITINETE EMPRESTADA

Na sala da casa em que moram hoje, em Piratininga, região oceânica de Niterói Imagem: Paulo Sampaio/UOL

O casal se entregou a Jesus num momento em que a alternativa era se entregar à polícia. Depois de 4 anos de cadeia, Leite estava em liberdade condicional e se tornou foragido quando descobriram que ele pretendia deixar o Brasil em um veleiro carregado de cocaína. Para conseguir a liberdade, ele comprou a polícia (“eles pediram um arrego de U$ 100 mil”), mas outras facções permaneceram em seu encalço. Na ocasião, Luiz, Débora e uma filha de quatro anos do casal se esconderam em uma quitinete emprestada na Avenida Princesa Isabel, entre Copacabana e o Leme, enquanto esperavam que seus credores esquecessem dele. Foi então que, no Dia das Mães de 1992, o encontro milagroso com uma senhora evangélica os levou à redenção por tudo que haviam feito de errado até então.
COPACABANA, 1980
Filha de um funcionário da Petrobrás e de uma dona de casa, Débora Soares morava com os pais e os três irmãos na Rua Duvivier, em Copacabana, e era uma típica adolescente de classe média do bairro. Divida seus dias entre a escola, a praia e os namoros. Um dia, aos 14 anos, ela voltava de uma animada partida de peteca na areia, quando foi abordada por um jovem moreno, bem aparentado, que caminhava com o cachorro pelo calçadão. Bom de pregação desde sempre, Luiz Carlos soltou um gracejo, ela sorriu, e os dois começaram a sair. Dez anos mais velho, ele nasceu em Realengo, no subúrbio carioca, vinha de uma família de oito irmãos e tinha saído de casa brigado. Àquela altura, “já controlava uma boca de fumo na rua Prado Júnior”, a poucas quadras da casa de Débora. “A cocaína ainda não era a droga do momento”, lembra ele. “Sabe quando os olhares se cruzam, que rola aquela energia?”, pergunta Débora, na sala da casa em que mora hoje com Luiz, em Piratininga, na região oceânica de Niterói.
RIVIERA E MERCEDES
Copacabana toda sabia da atividade de Luiz Carlos, incluindo os pais dela, que se opuseram terminantemente ao namoro. Os dois jovens acabaram se afastando. Medindo 1,70m, alta para a idade, Débora vivia ouvindo que deveria tentar a carreira de modelo. Por aquela ocasião, seu pai saiu de casa para viver com a secretária, e sua mãe começou a trabalhar como corretora de imóveis. Logo, dona Wani mudou-se com os filhos para o condomínio de classe média alta Riviera dei Fiori, na Barra da Tijuca, na zona oeste. Pouco tempo depois, começou a se relacionar com um vizinho advogado “que tinha uma Mercedes”, e houve um upgrade para a cobertura do prédio. “Esse companheiro da minha mãe me deu muita força para fazer o curso de modelo, eu entrei para a Socila (famosa “escola de etiqueta” que ensinava meninas bem nascidas a andar, se maquiar, se vestir, receber para jantar etc)
PANTERA, AOS 19

Modelo precoce, aos 12 anos

Apesar do investimento na carreira de modelo de passarela, logo Débora estourou em um festejado concurso de “panteras”, que era promovido durante o Carnaval. “Foi uma surpresa, porque eu mal sabia fazer a coreografia [de felina]. Meu rosto era angelical, e ali só tinha mulherão. Acho que por isso me elegeram.” A vencedora do concurso naturalmente se tornava capa da “Playboy”. De acordo com Jackson Bezerra, produtor da revista na época, “o diferencial da Débora era que ela reunia corpo e rosto bonitos”. “Foi a primeira vez em que a minha opinião coincidiu com a do Ricardo Amaral [empresário da noite, dono do Hippopotamius], que comandava o concurso e decidia o resultado. O júri tinha Boni, Antenor Mayrink Veiga e tudo o que você imaginar de alta sociedade. Em geral, eles elegiam a pantera pelo ‘corpão’, mas em uma capa de ‘Playboy’ o rosto contava muito.” Segundo Jackson Bezerra, da “Playboy”, “o diferencial da Débora era que ela não tinha só o corpo bonito, mas o rosto também”. (AMANHÃ TEM MAIS. PARTE II)
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