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CRÔNICA: O EXAME DE PRÓSTATA – Pelo Prof. NELSON RIBEIRO (Itamari)

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A idade chega e com ela alguns cuidados necessários com a saúde. Os anos também me ensinaram que tudo tem seu lado bom, nada é tão ruim que não podemos tirar uma grande lição , e o exame de próstata não é diferente.
Para muitos um momento muito esperado, para unir o útil ao agradável. Diz a ciência, que a próstata é um órgão muito sensível e excitável – esse é o problema! A ciência afirma, também que é o órgão que proporciona prazer entre os homossexuais e aos héteros quando eles sabem usar bem as carícias prostáticas – nem me pergunte como fazer isso, porque não domino essa área, pergunte lá no Posto Ipiranga. “A próstata ao ser tocada poderá provocar orgasmos ainda mais fortes que o varginal ou penial” – com essa informação não sei se temo, fico curioso, confesso que fiquei confuso.
E assim, a ciência me deixou com muita preocupação, pois estou chegando na idade certa para receber a primeira “carícia prostática”. Não estou preocupado com o incômodo, como afirmava meu saudoso pai, “estou com receios de gostar”. Já imaginou? Não sei se choro, ou se fico alegre.
O que é certo e que fui convencido pelos médicos que é algo que não dói, que é algo até prazeroso. Eu sinceramente queria muito que doesse, que fosse o exame pior do mundo, mas como eu sei que não será tão ruim, tenho que aproveitar a oportunidade.
Tenho uma mente tão aberta, tão evoluída e desprovida de preconceitos e que encaro situações um tanto constrangedoras, como algo natural e que, em vez de me constranger, encaro com bom humor.
Só espero que no momento do ato, do assédio consentido, não use lubrificante, não tenha nenhuma trilha sonora na sala. Espero que as luvas que parecem camisinhas sejam ásperas, ásperas sem aquelas ondulações que aparecem nos objetos para masturbação feminina. Espero que seja traumatizante, que eu não queira voltar lá mais nunca ou caso eu volte, por muita necessidade ou por medo da morte. Mas, como sou bem informado e consciente, reconheço que é necessário e importante o sacrifício.
Sinceramente sei que não será ruim, sei que a coisa deve ser boa, caso contrário não haveria tanta gente lutando, protestando para ser tocado na próstata. Tem gente que luta contra a família, vai contra os dogmas religiosos, sofrem o preconceito da sociedade por conta de gostar de ser tocado na região prostática. Cada qual com seu gosto, viva a diferença.
Quando chegar o meu momento não irei olhar nos olhos do médico, espero que ele vá direto ao assunto, digo direto e reto, digo ao reto. Espero que ele não expresse nenhum indício de sorriso, que o dedo não seja grande e grosso, que ele seja grosseiro e ignorante comigo. Não quero correr o risco de ser criado um clima, nada de afetos. Espero que também que seja bem rápido, que ele não fique dando voltas, porque se chegar ao orgasmo em me mato, nem que seja de prazer. Não quero médico novo, bonitão fazendo esse exame em mim, quero um bem velhinho que tenha até dificuldade de encontrar o orifício. Os novos médicos eu acho muito sacanas, no mínimo devem ficar rindo por dentro.
Deixando de lado um pouco a “graça”, vamos dá um basta a todo esse preconceito, é questão de saúde pública, de vida ou morte. É hora de dá um basta a todo nosso machismo e vamos lá, colocar o rabo para cima e ser massageado bem no nosso íntimo, e se for para viver mais e melhor alguns anos, não importa, quero fazer e se for prazeroso será melhor ainda. Não sei como falei isso, mas é a mais pura verdade.

(NELSON RIBEIRO FILHO, Mestrando em Educação, especialista, Professor das redes Estadual e Municipal de ensino e é o administrador do grupo TRIBUNA LIVRE DE ITAMARI. Também idealizador da Itamari Kakau’s)
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