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No ano 2000, estudante, residindo em outro estado, como todo estudante que reside fora vem visitar esporadicamente os familiares e em uma dessas visitas acompanhei meu pai em uma reunião na fazenda Jibóia que fica na rodovia que liga Gandu ao distrito de Água Preta, Zebrão então Prefeito se reuniria naquele local com aliados. A pauta como sempre política, mas percebi que estavam traçando planos para a eleição daquele ano. Os debates como sempre intensos e os planos dos mais diversos.
Finalizada a reunião, naquele dia eu estava dirigindo o veículo, entramos no carro quando meu pai pediu para esperar um pouco, ele então abriu a porta, as pessoas com os olhares atentos ele falou: – Se não chegarmos a uma definição e eu me “retar”, “cruzo os braços” e quem quiser que corra atrás de suas campanhas, eles não querem assim? Ele se referia a apoiadores que planejavam uma conjuntura diversa do pensamento dele. Acabou que a decisão tomada por um rompante, passou a tomar forma no seu pensamento e qualquer pensamento diverso daquele era imediatamente descartado. Finalizou naquele ano a sua trajetória política, pagando o preço do político que cruza os braços.
Um líder que assim procede comete o maior erro de sua vida política, pois, deixa escapar os seus simpatizantes que passarão a ser liderados de outros líderes que naturalmente vão surgindo e quando você olhar para trás vê o seu capital eleitoral se esvaindo, escorrendo feito água entre os dedos. A política é apaixonante e o eleitor é quem traz consigo todo esse amor, mas o amor sem quem seja amado não existe. Por esse motivo é que precisa-se da figura de uma liderança que defenda seus ideais para assim segurar a sua bandeira e levar o seu nome. O eleitor gosta da disputa, do enfrentamento de idéias, de falar que o seu candidato é melhor que o adversário, está aí o encanto.
A eleição deste ano é estadual, contudo 2024 não sai da pauta. Na nossa região teremos quatro cidades onde os gestores foram reeleitos, impossibilitando mais uma recondução, desta forma obrigatoriamente, teremos quatro novos comandantes a partir de 2025, que são Presidente Tancredo Neves, Wenceslau Guimarães, Gandu e Nova Ibiá. As demais que são Teolândia, Itamari, Piraí do Norte e Apuarema, os gestores lutam pela sua manutenção, alguns mais consolidados e outros nem tanto.
Ao escolher um sucessor, o Prefeito analisa diversos aspectos até se chegar ao escolhido, começando pela confiança até a lealdade. Em Gandu, no nosso ponto de vista possui uma peculiaridade, tem que ser do seio da família, todos já sabem quem vai ser, no artigo anterior inclusive citei, vai ser ela! O vice já disse que não vai, assim alguns nomes aos poucos vão se soltando, jogando o seu nome na rua para ser visto, com cautela para não chatear o chefe, dentre eles, um acha o que aconteceu no âmbito estadual pode acontecer na esfera municipal.
O único fato que pode acontecer em 2024 que se assemelhe em 2022 é, caso seja lançado o Jerônimo de Léo, assim como o seu colega a nível estadual, o seu nome não decole, apesar da aprovação do governo, o resultado das eleições mostrará isso e por este motivo será preterido. Nem se compara com a Dilma de Léo, que apesar de ser muito firme, dura e encontrar algumas rejeições, no caderno do líder da situação em Gandu, não existe a frase “vou cruzar os braços” e quando ele gritar: – Boca forno? Vai ser “FORNO” meu amigo… vão ter que aceitar e sabe o principal motivo? A administração já tem a cara dela, conhece as finanças do município como ninguém, todos a respeitam, de fornecedores a servidores e como cada dia que passa a Administração técnica está se sobrepondo a administração política, fica mais fácil convencer o eleitor. Aliando todo esse conteúdo com a fragilidade oposicionista dizimada em 2020 não vejo dificuldade no sucesso.
*O artigo não reflete necessariamente a opinião do blog (contrariamente aos editoriais, que são a posição oficial)
*CARLOS CONRADO DE SOUZA NUNES,
advogado atuante no Direito Bancário por mais de 10 anos; Assessor de Juiz no Tribunal de Justiça de Sergipe; Juiz Leigo no Tribunal de Justiça da Bahia; Especialista em Direito Eleitoral; Procurador do município de Nova Ibiá; Consultor da Câmara Municipal de Itamari; Consultor da Prefeitura de Canavieiras e Sócio da LMS Sondagens Eleitorais.
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