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YOUTUBE É ACUSADO DE DESMONETIZAR AUTOMATICAMENTE VÍDEOS LGBTQ

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O YouTube tem um histórico de questionamentos de usuários e criadores em sua política de monetização e agora uma pesquisa realizada por alguns grupos de youtubers deve aumentar ainda mais o barulho sobre esse assunto. Segundo o levantamento, a plataforma estaria usando aprendizado de máquina e robôs de inteligência artificial (IA) para determinar que vídeos LGBTQ sejam desmonetizados.
A investigação foi conduzida por três pessoas: Sealow, CEO da empresa de pesquisa Ocelot AI; Andrew, do YouTube Analyzed; e Een, do Nerd City, que costuma analisar a plataforma de vídeos da Google. O objetivo era ver quais palavras eram automaticamente desvalorizadas pelos bots.
Andrew testou manualmente quase 15,3 mil palavras entre 2 de junho e 5 de julho de 2019, usando os termos mais comuns nos dicionário Webster, UrbanDictionary e resultados de pesquisa do Google. A segunda rodada de experimentos foi realizada por Sealow entre 6 e 21 de julho e incluiu 14 mil palavras automatizadas a partir de da API de dados do YouTube por Sealow. Een colaborou com suas próprias fontes e ajudou a produzir o vídeo principal.

A equipe descobriu que, se palavras como “gay” e “lésbica” fossem trocadas por “feliz” ou “amiga”, o “status do vídeo mudava para amigável ao anunciante” toda vez, diz Een em seu vídeo. É possível até ver uma planilha de excel com todas os termos utilizados, considerados inapropriados para monetização.
YOUTUBE RESPONDE
Um porta-voz do YouTube negou que exista uma lista de palavras LGBTQ para desmonetização, apesar dessas descobertas. Ele diz que a empresa está “constantemente avaliando nossos sistemas para ajudar a garantir que eles estejam refletindo nossas políticas sem preconceitos injustos”.
“Estamos orgulhosos das incríveis vozes LGBTQ+ em nossa plataforma e levamos preocupações como essas muito a sério. Usamos o aprendizado de máquina para avaliar o conteúdo em relação às diretrizes do anunciante. Às vezes, nossos sistemas entendem errado, e é por isso que incentivamos os criadores a questionar. As apelações bem-sucedidas garantem que nossos sistemas sejam atualizados para ficarem cada vez melhores. ”
A companhia informa que a desmonetização automatizada é baseada em muitos sinais — mas não forneceu uma lista específica usada pelo aprendizado de máquina. Ela confirmou que testa amostras de vídeo de criadores LGBTQ sempre que novos classificadores de monetização são introduzidos, justamente para que eles não sofram desvalorização. E complementou que os moderadores humanos também avaliam as revisões e os pedidos de questionamento, para esse mesmo fim.
RESPOSTA NÃO CONVENCE PESQUISADORES
Contudo, o que o YouTube diz não bate com as descobertas dos youtubers, pois eles afirmam que há um grande trabalho feito antes da intervenção humana. Os robôs do aprendizado de máquina usados especificamente para examinar se um vídeo pode ser monetizado usam um “nível de confiança oculto que varia de 0 a 1.” Aqueles mais próximos de 0 são aprovados, enquanto outros mais próximos de 1 são descartados. Somente se houver um nível diferente do limite estipulado pela plataforma é que ele é revisado manualmente.
Segundo o levantamento, há uma lista de palavra-chave que recebem uma carga mais negativa que as outras. O período de espera para aprovação ou negação da monetização foi de cerca de duas horas. Palavras associadas à comunidade LGBTQ ou termos usados em comentários, como “democrata” ou “liberal”. são “provavelmente considerados negativos devido ao seu uso em comentários políticos que geralmente não são considerados amigáveis para anunciantes”, diz o relatório.
Vale destacar que nenhum dos youtubers acreditam que haja um “movimento homofóbico” proposital dentro da empresa — e nem que ela contrate, propositalmente, pessoas contrárias ao conteúdo LGBTQ.
Mas os próprios executivos do YouTube, incluindo a CEO Susan Wojcicki e o diretor de produtos Neal Mohan, falaram sobre preocupações de que certas palavras-chave em metadados e títulos levem à desmonetização automática — especialmente com relação à comunidade LGBTQ. Embora eles admitam que muitas vezes “as máquinas não são justas”, continua a polêmica sobre o que vale mais ou menos dinheiro no YouTube. (Fonte: Canaltech)

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